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Exército da Rússia anuncia operações humanitárias na Síria

Moscou lançou toneladas de suprimentos em Deir es-Zor e apelou para que o governo sírio e os militantes que o combatem permitam a entrada de estruturas humanitárias em cidades isoladas

Atualização:

MOSCOU - A Rússia começou nesta sexta-feira, 15, uma operação humanitária na Síria, onde dezenas de milhares de pessoas estão isoladas pela guerra e morrendo de fome, anunciou o Estado-Maior das Forças Armadas da Rússia.

"Os aviões de transporte militar das Forças Aéreas da Síria lançaram na zona de Deir es-Zor com ajuda de paraquedas 22 toneladas de ajuda humanitária russa", disse Serguei Rudskoi, chefe da direção geral de operações do Estado-Maior.

O diretor geral de operações do Estado-Maior russo, Serguei Rudskoi, e o porta-voz do Ministério da Defesa Igor Konashenkov anunciam que foco de Moscou na Síria é fornecer ajuda humanitária Foto: REUTERS/Maxim Shemetov

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O general explicou que a maior parte da ajuda será para essa localidade, que se encontra na província de mesmo nome no nordeste da Síria e há bastante tempo é assediada pelas forças do Estado Islâmico (EI).

A Chancelaria russa também alertou nesta sexta sobre a crítica situação humanitária no país árabe. "Especial alarme desperta a situação nas assediadas Madaya, Fua e Kefraya", disse, em nota, o Ministério das Relações Exteriores. 

"Agora é necessário que todos os grupos em conflito, e também os que têm ascendência sobre eles, façam o esforço máximo a fim de permitir a provisão de ajuda humanitária", diz o texto.

Influência. A Rússia assegura que se dirigiu a Damasco para que coopere de maneira construtiva com as estruturas humanitárias da ONU para que estas possam levar as provisões de produtos básicos à população necessitada.

"Estes esforços já deram resultados palpáveis, o que foi corroborado pelos funcionários da ONU na Síria que supervisionam a entrega de ajuda humanitária a Madaya", disse.

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Madaya, cidade que se encontra cerca de 40 quilômetros a noroeste de Damasco, sofre o assédio do regime sírio e de seu aliado, o grupo xiita Hezbollah, desde julho passado.

Enquanto isso, Fua e Kefraya, de maioria xiita, também estão cercadas há vários meses pela Frente al-Nusra, afiliada na Síria da Al-Qaeda.

O Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) calcula que pode haver cerca de 40 mil pessoas presas em Madaya e cerca de 20 mil em Fua e Kefraya. Segundo a Médicos Sem Fronteiras (MSF), pelo menos 28 pessoas morreram de fome desde 1º de dezembro no hospital de Madaya, que recebe apoio desta ONG. / EFE, AFP e REUTERS