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Exército sírio recruta civis de bairros reconquistados de Alepo

Enquanto o regime de Bashar Assad retoma um a um os bairros rebelde, civis aderem às tropas regulares

Atualização:

Quando Mohamed Walo foi fazer compras pela primeira vez em um bairro controlado pelo regime em Alepo, não suspeitava de que os soldados de um posto militar o levariam a um centro de treinamento do exército sírio.

"No posto de controle, me disseram que eu formava parte dos reservistas", conta este jovem técnico de 35 anos com um casaco de couro sobre os ombros.

Inúmeros civis continuam em meio ao fogo cruzado, e ao menos 46 pessoas foram mortas e outras 230 ficaram feridas em apenas um dia. As pessoas que conseguiram escapar estão sendo encaminhadas para territórios controlados pelo governo Foto: REUTERS/Omar Sanadiki

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Era a primeira vez que saía de seu bairro de Hellok, que esteve durante meses sob controle rebelde, para se dirigir ao setor governamental da cidade.

Enquanto o regime de Bashar Assad retoma um a um os bairros rebeldes do leste de Alepo, o êxodo em massa de dezenas de milhares de civis engrossa as fileiras do Exército, celebra o general Habib Safi, chefe da polícia militar na segunda cidade da Síria.

Walo segue um treinamento rigoroso junto a mais de 200 homens de todas as idades, em um centro da polícia militar situado no oeste da localidade. Após sua formação, começará seu serviço militar ou entrará na reserva do exército, à qual se recorre em tempos de crise.

Todos os presentes têm algo em comum: são originários dos bairros orientais que o exército reconquistou após a ofensiva que lançou em meados de novembro.

Estes recrutas são uma bênção para um exército que perdeu quase a metade de seus 300 mil combatentes em mais de cinco anos de guerra, devido às mortes e deserções.

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"É evidente que o exército sírio não pode ser tão forte quanto antes (...) Temos tantos mártires, tantos soldados incapacitados", reconheceu o presidente Assad na quarta-feira, em uma entrevista ao canal russo RT.

Um total de 60 mil soldados sírios morreram desde o início do conflito, segundo o Observatório Sírio de Direitos Humanos. / AFP

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