CABUL - Ao menos 40 pessoas morreram e dezenas ficaram feridas nesta quinta-feira, 28, em uma ação contra um centro cultural xiita de Cabul. O grupo jihadista Estado Islâmico (EI) reivindicou a autoria do ataque, cometido três dias depois de um atentado suicida perto da sede da agência de inteligência afegã na capital que deixou seis mortos. O EI afirmou em um site de propaganda extremista que explodiu três bombas.
+ Bombardeio da coalizão árabe perto da capital do Iêmen mata 32 pessoas
O atentado desta quinta-feira também atingiu a Agência Voz Afegã, um meio de comunicação próximo ao local do ataque. "O alvo era o centro cultural Tabayan. Uma cerimônia estava sendo realizada para recordar o 38.º aniversário da invasão soviética do Afeganistão no momento da explosão", afirmou o porta-voz adjunto do Ministério do Interior, Nasrat Rahimi.
+ 'Estadão Notícias': Balanços e Projeções #1 - Terrorismo e conflitos internacionais
A explosão foi seguida por outras duas, menos potentes, que não deixaram vítimas. "Há 40 mortos e 30 feridos. Não é o balanço definitivo, que ainda pode aumentar", disse Rahimi.
O ministro delegado da Saúde, Ghulam Mohamad Paikan, citou "35 mortos e outros 20 feridos, todos civis, que morreram em consequência das queimaduras provocadas pelo atentado".
"Estávamos no corredor, na segunda fileira, quando a explosão aconteceu atrás. Eu não vi o homem-bomba. Depois da explosão, havia fogo e fumaça dentro do prédio e todos pediam ajuda", afirmou Mohamad Hasan Rezayee, um estudante que ficou ferido no rosto e nas mãos. "Foi o caos. Todos gritavam e choravam. As pessoas se tornaram vítimas do pânico. Todos pediam ajuda.” Ele afirmou que entre as vítimas estão mulheres e crianças.
Relembre: EI reivindica ataque contra embaixada do Iraque em Cabul
As fotografias publicadas na página do Facebook da Agência Voz Afegã mostram a redação transformada em uma pilha de escombros e alguns corpos no chão. O Ministério da Saúde anunciou um balanço inicial de quatro mortos e o hospital Istiqlal confirmou ter recebido 18 feridos. "Cinco deles estão em situação crítica e nossos médicos tentam salvar suas vidas", afirmou Sabir Nasib, diretor geral do centro médico.
Este foi o mais recente de uma longa lista de atentados em Cabul, uma das cidades mais perigosas do mundo. No dia 31 de maio, um caminhão-bomba matou 150 pessoas e deixou 400 feridos na capital do Afeganistão. / AFP