PUBLICIDADE

Explosões em mesquita e restaurante deixam 44 mortos na Nigéria

Ataques, reivindicados pelo grupo extremista Boko Haram, também feriram ao menos 67 pessoas

Atualização:

JOS, NIGÉRIA - As explosões de bombas em uma mesquita e um restaurante na cidade nigeriana de Jos, no centro do país, deixaram ao menos 44 mortos, informaram nesta segunda-feira, 6, as autoridades do país. Os dois ataques foram reivindicados pelo grupo extremista Boko Haram, que tenta impor a lei islâmica (sharia) no norte do país.

As explosões, na noite de domingo, aconteceram horas depois de uma mulher-bomba se matar em uma igreja evangélica durante um culto na cidade de Potiskum, no nordeste do país, matando outras cinco pessoas, segundo testemunhas.

Mulher-bomba detonou cinturão em igreja evangélica na Nigéria e matou ao menos 5 pessoas Foto: Adamu Adamu/AP

PUBLICIDADE

Os três ataques de domingo foram os mais recentes da longa sequência de atentados no país reivindicados pelo Boko Haram. Em menos de uma semana, o grupo matou mais de 250 pessoas em ações que podem estar dentro do contexto de ataques ordenados pelo Estado Islâmico (EI) aos seus seguidores durante o mês de julho, sagrado para os muçulmanos por ser a celebração do Ramadã. No começo deste ano, o Boko Haram jurou lealdade ao EI.

Além dos 44 mortos em Jos, pelo menos 67 pessoas ficaram feridas nas duas explosões, segundo o coordenador da Agência Nacional de Gerenciamento de Emergências, Abdussalam Mohamed. A polícia confirmou as explosões, mas disse que não tinha um número definitivo de mortos e feridos porque ainda pode haver vítimas debaixo dos escombros.

Segundo relato de sobreviventes, a explosão na Mesquita Yantaya ocorreu no exato momento em que o clérigo Sani Yahaya, da organização Jama'atu Izalatul Bidia - que prega a coexistência pacífica de todas as religiões -, fazia um discurso para os presentes.

Antes de detonar o cinturão de explosivos que carregava, o homem-bomba teria atirado em direção ao clérigo, mas não conseguiu ferir Yahaya. O suicida matou 23 pessoas na mesquita.

A outra explosão atingiu o restaurante Shagalinku, frequentado por governadores e outros políticos da elite do país em busca de especialidades do norte da Nigéria, disseram testemunhas.

Publicidade

"O restaurante ficou destruído e nós vimos muitas pessoas cobertas de sangue", afirmou Sabi'u Bako, que deixava o local com alguns amigos no momento do ataque. "Não acreditamos que conseguimos escapar." Pelo menos 21 pessoas no ataque ao restaurante.

A cidade de Jos em sido palco de confrontos religiosos violentos por sua localização no centro do país, entre o norte - de maioria muçulmana - e o sul - de maioria cristão - da Nigéria. A cidade foi alvo no passado por explosões de bomba reivindicadas pelo Boko Haram que mataram centenas de pessoas.   No ano passado, o Boko Haram assumiu uma grande área do nordeste da Nigéria e intensificou ataques também em países vizinhos da Nigéria. Um exército multinacional envolvendo além da Nigéria o Níger, Chade, Camarões e Benin, forçou os militantes a deixar algumas das cidades ocupadas em 2014, mas os ataques com bombas e a pequenos vilarejos voltou a crescer nas última semanas. / AP e REUTERS

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.