GENEBRA – Com a questão sobre a imigração dominando o debate eleitoral, os suíços vão neste fim de semana às urnas para as eleições gerais e com as sondagens apontando para a possibilidade de um resultado inédito para os partidos de ultra-direita.
Depois de conquistar em 2011 mais de 27% dos votos, o Partido do Povo Suíço (SVP, sigla em alemão) espera superar a barreira dos 30% e se consolidar como a maior força política do país. O grupo é conhecido por suas posturas ultra-nacionalistas e que chegaram a ser condenados por entidades de direitos humanos.
A campanha foi dominada pelo tom adotado pelo SVP, alertando para o risco de um fluxo migratório e com cartazes espalhados pelo país mostrando seus candidatos vestidos com roupas tradicionais dos alpes e um passaporte suíço no bolso. O atual fluxo de refugiados sírios pela Europa ainda permitiu o partido a usar o tema em seu programa eleitoral.
O partido quer colocar uma moratória sobre a concessão de asilo e ainda retirar a Suíça do acordo de Schengen, que estabelece fronteiras comuns para a Europa.
Analistas e mesmo políticos da direita moderada alertam que a nova realidade pode romper com uma tradição de décadas da Suíça de formar governos colegiados, com a participação dos quatro maiores partidos do país e permitindo que todas as iniciativas sejam adotadas por unanimidade entre os diferentes partidos.
Uma confirmação da vitória da ultra-direita também pode levar partidos de centro a uma posição de fragilidade, inclusive para tradicionais formações como o Partido Radical ou o Partido Socialista.