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Farc anuncia suspensão de sua campanha eleitoral na Colômbia

Decisão foi tomada em razão das "agressões e sabotagens" sofridas nos últimos dias pelo candidato presidencial e líder máximo das Farc, Rodrigo Londoño

Atualização:

BOGOTÁ - A ex-guerrilha das Farc anunciou nesta sexta-feira, 9, a suspensão temporária de sua campanha eleitoral na Colômbia por falta de garantias após as sabotagens e agressões contra alguns de seus candidatos.

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"Tomamos a decisão de suspender temporariamente, e até que o governo nos dê as garantias mínimas, para dar continuidade às atividades" eleitorais, declarou à AFP Imelda Daza, candidata à vice-presidência pelo partido da outrora guerrilha armada.

Daza, ex-ativista e líder da esquerda, assegurou que a decisão foi tomada em razão das "agressões e sabotagens" sofridas nos últimos dias pelo candidato presidencial e líder máximo das Farc, Rodrigo Londoño, conhecido como "Timochenko".

Colombianos participam de comício do partido político Força Alternativa Revolucionária do Comum (Farc) ao sul de Bogotá Foto: EFE/MAURICIO DUEÑAS CASTAÑEDA

Londoño cancelou suas visitas de campanha por razões de segurança e teve que ser protegido de pessoas que pretendiam atacá-lo durante atos proselitistas ou após entrevistas com os meios de comunicação.

Com 1% das intenções de voto, o líder rebelde está nas últimas posições entre os aspirantes à presidência, de acordo com as pesquisas mais recentes.

Esperamos "que o governo, através da adoção de mecanismos disponíveis, nos garanta as condições mínimas para realizar nosso trabalho e exigimos respeito pela nossa integridade física e pelo direito de apresentar nossas ideias", reclamou Daza.

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A líder política afirmou que na segunda-feira, Iván Márquez, ex-comandante guerrilheiro e candidato ao Senado, teve que cancelar um comício público no município de Florencia, departamento de Caquetá (sul), por "incitamentos à violência" de um senador do opositor Centro Democrático. 

"Esta não é uma reação espontânea das pessoas", acrescentou a candidata à vice-presidência pelo agora Força Alternativa Revolucionária do Comun (Farc), que descartou ameaças de morte contra os candidatos rebeldes.

Daza responsabilizou os "atos de sabotagem" a setores que promoveram o 'não' ao pacto da paz no referendo votado em outubro de 2016, que teve maioria nas urnas e provocou a renegociação do acordo alcançado com o governo após quatro anos de negociações em Cuba.

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As Farc denunciaram ataques a seus candidatos nos departamentos de Quindío, Caquetá e Valle del Cauca, que deixaram "feridos, entre eles dois menores, além de danos materiais a veículos e em uma sede sindical".

As Farc e o governo de Juan Manuel Santos assinaram em novembro de 2016 um acordo para superar meio século de conflito armado. O pacto garante aos rebeldes 10 assentos no Congresso - cinco em cada câmara - por dois períodos de quatro anos, mas para isso devem participar das eleições.

Santos, que deixará o cargo em agosto após dois mandatos de quatro anos, pediu na quinta-feira que os colombianos rejeitem as agressões sofridas pelos candidatos das Farc.

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Os colombianos vão eleger seus congressistas em março e um novo presidente em maio.

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