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Farc começam desmobilização na Colômbia

De acordo com o ministério da Defesa, esses guerrilheiros passarão por uma fase de transição de seis meses em 22 comunidades rurais e 8 acampamentos em todo o país

Atualização:

BOGOTÁ - Guerrilheiros das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) começaram ontem a se deslocar para as zonas de concentração na qual permanecerão até que sejam plenamente reintegradas à vida civil, informou o Alto Comissariado para a Paz. 

“O fim do conflito já é uma realidade: as Farc estão deixando a zona de conflito e se dirigindo para comunidades rurais”, disse principal negociador do governo colombiano, Sérgio Jaramillo, em Havana.

Homem segura uma bandeira colombiana adornada com uma paz, símbolo da paz; na quarta-feira, 24/8, o governo e as Farc anunciaram o fim, com sucesso, das negociações para assinarem um acordo de paz Foto: REUTERS/John Vizcaino

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De acordo com o ministério da Defesa, esses guerrilheiros passarão por uma fase de transição de seis meses em 22 comunidades rurais e 8 acampamentos em todo o país. O ministro da Defesa Luis Carlos Villegas disse que os 6 mil guerrilheiros serão monitorados por 16,5 mil militares. Outros 8 mil milicianos e auxiliares da guerrilha também devem se dirigir a essas zonas. 

Villegas lembrou, no entanto, que o referendo de 2 de outubro deve dar a palavra final sobre a concentração desses guerrilheiros em áreas rurais, onde parte da população é cética quanto à presença deles ali.O ministro afirmou também que, mesmo com o acordo de paz com a guerrilha, o governo seguirá combatendo o narcotráfico e grupos criminais que atuam na selva colombiana. 

“O cessar-fogo com as Farc não é uma trégua com a delinquência”, disse ele. “Nosso dever constitucional é combater o crime quem quer que seja o autor.”

O monitoramento do cessar-fogo será executado por uma comissão composta por membros das Nações Unidas, do governo e das Farc. Na avaliação do secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, os preparativos estão bem encaminhados do ponto de vista técnico e político. O referendo precisará do voto de 4,5 milhões de colombianos para ser aprovado. /EFE