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Ferguson: novos confrontos entre manifestantes e polícia

Pelo menos duas pessoas foram baleadas e outras 31 foram presas, segundo a Polícia Rodoviária de Missouri, que comanda as ações

Atualização:
Os últimos protestos ocorreram de um patologista contratado pela família do jovem assassinado ter dito que o ferimento no braço de Michael pode indicar que suas mãos estavam levantadas Foto: Eric Thayer/NYT

Mais um confronto entre manifestantes e policiais eclodiu na manhã desta terça-feira em Ferguson, no estado norte-americano de Missouri, onde tensões raciais se intensificaram após o adolescente negro Michael Brown, de 18 anos, ter sido assassinado por um policial branco no último dia 9. O incidente mobilizou muitas pessoas na cidade, onde a população é predominantemente negra e a maioria dos policiais é branca.

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No conflito desta manhã, coquetéis molotov foram atirados por pessoas que participavam do protesto, mas logo em seguida a polícia respondeu com bombas de gás lacrimogêneo, além de tentar dispersar as pessoas com megafones e veículos blindados.

Até agora, pelo menos duas pessoas foram baleadas e outras 31 foram presas, segundo informou o capitão Ron Johnson, da Polícia Rodoviária de Missouri, que está no comando das ações. Um fotógrafo e dois jornalistas alemães foram presos e depois soltos. A Guarda Nacional dos Estados Unidos chegou ontem ao subúrbio de St. Louis, onde está acontecendo o confronto, para reforçar a tentativa de controlar os manifestantes, mas vinha mantendo distância.

Os últimos protestos ocorreram um dia depois de um patologista contratado pela família do jovem assassinado ter dito que a bala que atingiu o braço direito de Michael pode indicar que, no momento do tiro, suas mãos estavam levantadas ou ele estava de costas. No entanto, o médico disse que a equipe que examinou o garoto ainda não pode afirmar exatamente como ele foi ferido até que se reúna mais informações.

O presidente dos EUA, Barack Obama, pronunciou-se sobre a questão, afirmando que a disputa racial entre a polícia e os moradores é um problema recorrente em muitas comunidades norte-americanas, classificando o fenômeno como "endêmico".

Adotando um tom mais cauteloso, Obama pediu respeito ao trabalho da polícia, mas também mostrou compreensão pelo sentimento de revolta da população negra de Ferguson. "Em muitas comunidades, muitos homens jovens ''de cor'' estão sendo deixados para trás e parecem apenas objetos de medo", disse o presidente na Casa Branca. Obama afirmou que a maioria dos manifestantes em Ferguson é pacífica, mas uma pequena minoria está prejudicando a causa. Ele declarou ainda que pediu ao governador de Missouri, Jay Nixon, que utilize de forma limitada a força da Guarda Nacional.

De acordo com Obama, o procurador-geral dos EUA, Eric Holder, deve chegar a Ferguson na quarta-feira, acompanhado de agentes FBI e outros funcionários da esfera federal para realizar uma investigação paralela e independente sobre a morte de Michael.

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/ Associated Press

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