FMI prevê inflação de quase 14.000% na Venezuela e queda do PIB de 15% para 2018

Relatório sobre Perspectivas Econômicas Mundiais do Fundo projeta que o país terá o maior índice de inflação entre os mercados emergentes para este ano e o próximo

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Por Redação
Atualização:

CARACAS - O Fundo Monetário Internacional (FMI) prevê uma inflação de quase 14.000% na Venezuela para este ano e uma queda do Produto Interno Bruto (PIB) de cerca de 15%, no que seria o seu quinto ano de recessão.

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População da Venezuela lida diariamente com a alta dos preços e a escassez de produtos Foto: AFP PHOTO / Luis ROBAYO

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O PIB cairá 15% este ano na Venezuela e 6% em 2019, destaca o relatório sobre Perspectivas Econômicas Mundiais do FMI, publicado nesta terça-feira, 17, bem acima da queda projetada para a economia venezuelana em outubro. O Fundo previu uma contração do PIB da Venezuela de 9% para este ano e de 4% para 2019, reduções que elevam em seis e dois pontos porcentuais respectivamente.

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O relatório destaca também a significativa diminuição da produção petrolífera da nação, que produziu 2,38 milhões de barris diários de petróleo bruto em 2016 e 2,10 milhões no terceiro trimestre de 2017. “A última produção estava em 1,62 milhão de barris diários em dezembro de 2017 e muitos esperam que diminua cerca de 1 milhão no fim de 2018”, indica.

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O FMI prevê ainda que a Venezuela tenha o maior índice de inflação entre os mercados emergentes para este ano e o seguinte.

Após o fechamento em 2017 em 1.087,5%, o Fundo projeta que o índice de preços ao consumidor na Venezuela para 2018 seja de 13.864,6% e de 12.874,6% para 2019, o número mais alto da região.

O relatório do organismo ainda prevê um déficit em conta corrente de 2,4% do PIB para este ano e de 3,6% para 2019. As projeções de desemprego do FMI para o país caribenho apontam uma taxa de 33,3% em 2018 e de 37,4% para 2019, mais alto do que os 27,1% registrados em 2017.

Cenário de crise

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Segundo o jornal El País, a valor da cesta básica dos venezuelanos vem aumentando há anos. Além disso, a tendência hiperinflacionária, somada a uma grave crise política, não deve se reduzir a curto prazo. O documento do FMI afirma que a “Venezuela sofre uma intensificação de sua crise econômica e humanitária desde 2014”.

Ainda segundo o jornal espanhol, a economia do país está há anos em queda livre, e as decisões políticas do regime de Nicolás Maduro dificultam ainda mais o cenário. Em novembro, as agências de classificação Standard & Poor’s (S&P) e Fitch declararam a Venezuela em default parcial pelos graves problemas de liquidez depois de uma dívida não paga de US$ 200 milhões em bônus globais.

A população da Venezuela lida diariamente com a alta dos preços e a escassez de produtos. Para tentar controlar o problema, Maduro lançou uma moeda virtual, o petro, utilizando como garantia as reservas de petróleo.

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O salário mínimo de um venezuelano não chega a 1,3 milhão de bolívares. O valor corresponde a cerca de US$ 2,50 no câmbio paralelo. Há poucas semanas era possível comprar dois quilos de carne com essa quantidade, mas o preço segue aumentando. / EFE

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