França reforçará buscas por peças de avião da Malásia

Confirmação de que destroço achado em ilha pertence ao voo MH370 dá novo fôlego às operações no Índico

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PARIS - Após a confirmação de que os destroços localizados na Ilha Reunião pertencem ao Boeing 777 que fazia o voo MH370 da Malaysia Airlines, o governo da França anunciou nesta quinta-feira, 6, que reforçará as buscas no Oceano Índico. A operação será intensificada a partir de amanhã e terá como objetivo localizar mais objetos da aeronave, desaparecida em circunstâncias misteriosas há 17 meses, com 239 pessoas a bordo. Uma escotilha, uma placa de alumínio e almofadas de assentos do que seria o avião apareceram hoje na ilha.

A localização de novos objetos foi confirmada pelo Ministério dos Transportes da Malásia. Em Paris, a exemplo do que ocorreu na quarta-feira, as autoridades não confirmaram a informação. Mas horas depois um comunicado conjunto divulgado pelos ministérios da Defesa, dos Transportes e de Além-Mar da França anunciou a intensificação das operações de busca. 

Policiais franceses da Ilha Reunião transportam objetos metálicos que podem ser partes de avião Foto: AFP / Richard Bouhet

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O texto informa que “patrulhas a pé, missões de busca por helicópteros e brigadas náuticas” reforçarão a pesquisa, com o objetivo de “detectar a presença eventual de novos destroços”.

O perímetro das buscas, entretanto, ainda não foi divulgado. O tema é crucial, já que os governos da Austrália, da Indonésia e da Malásia realizaram sem sucesso grandes operações em áreas do Oceano Índico. Um dos focos das autoridades francesas pode ser o curso da corrente equatorial sul, que passa pela Ilha Reunião.

Em paralelo, a prefeitura de Saint-André, cidade da ilha em que foi localizado o flaperon – parte da asa do avião –, vasculhará a partir de segunda-feira sua costa, segundo informou o prefeito, Jean-Paul Virapoulé. 

Desde a chegada do flaperon à sede da Delegação-Geral de Armamentos e Técnicas Aeronáuticas (DGA-TA), em Balma, no sul da França, uma força-tarefa de peritos em acidentes aéreos, coordenada pelo Escritório de Investigação e Análise (BEA), analisa a peça em busca de novos indícios a respeito das causas e das circunstâncias da queda.

O grupo de especialistas espera explicar ao menos em que momento o fragmento se separou do restante da aeronave, como ele foi parar no mar e qual o grau de violência com que ele se chocou no oceano.

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Para Paul-Henri Nargeolet, especialista em segurança aeronáutica que trabalhou nas buscas ao voo AF-447 da Air France, que se acidentou em 2009 na rota Rio-Paris, a expectativa em torno de respostas que a peça possa trazer estão sendo superdimensionadas. 

“Essa descoberta nos confirma que o aparelho se chocou com a água. Ela também poderá permitir saber se o aparelho explodiu em voo, mas ela não vai nos dar muitos elementos a mais”, advertiu em entrevista ao jornal Le Figaro. /COM AFP e REUTERS

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