Estações de trem da França testam tecnologias contra ameaça terrorista

Entre os experimentos está sendo testado um software que analisa tom de voz ou gesto brusco que possam indicar ansiedade

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PARIS - Em razão da ameaça terrorista, as estradas de ferro da França estão testando novas tecnologias para detectar comportamentos ou bagagens suspeitos, incluindo um software de análise comportamental que pode vir a ser integrado a 40 mil câmeras de vigilância.

Estação de trem de Paris; tecnologias antiterror estão em teste Foto: Reprodução

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Este software tem como base a "mudança da temperatura corporal, o aumento do tom de voz ou gestos bruscos que possam revelar uma certa ansiedade", explicou nesta quarta-feira à France Presse o secretário-geral da SNCF, Stéphane Volant.

A experiência está ocorrendo em várias estações de trem, e é realizada "em conformidade com a lei e sob a supervisão da Comissão Nacional de Informática e Liberdades (CNIL)", afirmou.

"Estamos testando para saber se isso identifica apenas as pessoas que têm uma intenção negativa, um agressor, ou também um 'intermediário', mas também a aceitação social", isto é: a propensão dos viajantes em aceitar tais tecnologias quando o estado de emergência, instaurado após os atentados de 13 de novembro em Paris, for levantado.

Câmeras que detectam pacotes suspeitos por ficarem muito tempo no chão também estão sendo testadas.

A SNCF avalia também a possibilidade de equipar seus agentes com câmeras portáteis para identificar as fraudes ou os comportamentos suspeitos. No segundo trimestre de 2016 será lançado um aplicativo que permitirá aos usuários divulgar alertas a partir de seus smartphones.

Pórticos de segurança também estão sendo instalados em Lille (norte) e Paris, em rotas dos trens Thalys que ligam a França à Bélgica e à Holanda.

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Estas instalações foram decididas após os atentados de Paris, que deixaram 130 mortos, e do ataque mal-sucedido de agosto em um trem Thalys que ia de Amsterdã a Paris.

Uma nova legislação também está sendo considerada para permitir que o pessoal de segurança da SNCF e da RATP (transportes de Paris) façam revistas de segurança ou pesquisas nas bagagens dos passageiros. / AFP

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