Fundação de líderes do partido Podemos recebeu 7 milhões de euros da Venezuela

Segundo jornais espanhóis, Centro de Estudos Políticos e Sociais recebeu vários pagamentos com o objetivo de promover a ideologia bolivariana

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Atualização:

MADRI - Um think tank dirigido pelos fundadores do partido de esquerda radical espanhol Podemos recebeu sete milhões de euros (US$ 7,9 milhões) do governo venezuelano entre 2003 e 2011 para promover sua ideologia na Espanha, afirmam dois jornais conservadores espanhóis.

A Fundação Centro de Estudos Políticos e Sociais, cujos trabalhos de assessoria para o governo de Hugo Chávez são conhecidos, recebeu vários pagamentos, sendo que parte deles foram destinados a promover a ideologia bolivariana, afirmam o jornal ABC e o portal El Confidencial. Até o momento, a imprensa havia falado de pagamentos no valor de 3,5 milhões de euros.

Líder do partido Podemos, Pablo Iglesias, durante comício Foto: CRISTINA QUICLER/AFP

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Os dois jornais se baseiam em um documento de três páginas, datado em maio de 2008, no qual o ministro das Finanças da Venezuela detalha os pagamentos já realizados e fala em conceder recursos suplementares à fundação.

O Centro de Estudos, ressalta o documento, realizou entre 2003 e 2007 trabalhos de assessoria para a presidência, o ministério do Interior ou a Assembleia Nacional venezuelanos. Encarregada de fomentar a "consciência social bolivariana" dos funcionários venezuelanos por meio de uma "ação catequizadora" que divulgue estes valores, seu trabalho alcançou "resultados excelentes", afirma o documento.

A assinatura de novos contratos com a fundação "permitirá estreitar laços e compromissos com reconhecidos representantes das escolas de pensamento de esquerda, fundamentalmente anticapitalista, que na Espanha possam criar consensos de forças políticas e movimentos sociais, propiciando neste país mudanças políticas ainda mais próximas ao governo bolivariano", afirma o ministro.

O documento leva a assinatura do presidente Hugo Chávez sob o título "Comandante presidente Chávez". /AFP

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