Governador da Flórida amplia controle de venda de armas no Estado

Rick Scott sanciona lei que eleva para 21 anos a idade mínima para a compra de fuzis e impõe quarentena para o comércio de qualquer armamento; funcionários de escolas poderão passar por treinamento para trabalhar armados

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Por Redação
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TALLAHASSEE, EUA - O governador da Flórida, Rick Scott, sancionou nesta sexta-feira, 9,  uma lei que impõe em seu Estado restrições à venda de armamentos, rompendo com o lobby da Associação Nacional do Rifle (NRA, na sigla em inglês) em reação ao massacre que deixou 17 mortos na escola de ensino médio Marjory Stoneman Douglas, em Parkland, no dia 14. A legislação permite, ainda, que funcionários das escolas da Flórida passem por treinamento para trabalhar armados.

Horas depois, a NRA apresentou um recurso contra a lei sancionada na Flórida. A NRA não informou a corte onde apresentou o processo, que busca bloquear as restrições de idade para a compra de armas estabelecidas na Flórida por considerar que viola a 2.ª Emenda da Constituição, que garante o direito de portar armas.

O governador da Flórida, Rick Scott (C), assinou a nova lei diante de congressistas e parentes das vítimas do massacre na escola de Parkland Foto: AP Photo/Mark Wallheiser

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As novas regras elevam a idade mínima para a compra de fuzis para 21 anos e impõe um período de espera de três dias para a compra de qualquer armamento, incluindo os equipamentos que aumentam o poder de fogo de armas semiautomáticas – anteriormente, somente quem comprava armas longas tinha que cumprir essa quarentena.

O chamado “programa de guardiões” permitirá que professores e outros funcoinários escolares trabalhem armados.

Scott afirmou nesta sexta-feira que a nova lei equilibra os direitos individuais com a necessidade de segurança pública e representa um "exemplo para todo o país" de que o governo pode atuar rápido. A lei representa um desafio para a poderosa NRA, que tradicionalmente apoia campanhas políticas de republicanos por estarem alinhados com suas políticas. A nova norma destina uma verba de US$ 400 milhões às medidas dirigidas a aumentar a segurança nas escolas, e autoriza que alguns funcionários das escolas portem armas nestes recintos, embora não seja obrigatório e com certas restrições. A aprovação do projeto, o primeiro de controle de armas que chega a um governador da Flórida nos últimos 22 anos, ocorre três semanas depois do tiroteio em uma escola de ensino médio de Parkland, ao norte da Flórida.

A lei foi aprovada após a pressão de familiares das vítimas do tiroteio no instituto Marjory Stoneman Douglas, e do movimento que foi fundado por estudantes sobreviventes dessa escola conhecido como NeverAgain (Nunca mais). Os jovens exigiram no último dia 21 de fevereiro no Capitólio da Flórida novas leis de controle às armas. No último dia 14 de fevereiro, Nikolas Cruz, de 19 anos, comprou legalmente o fuzil semiautomático com o qual disparou na escola e matou 14 ex-companheiros e três professores. Cruz foi indiciado nesta semana por um grande júri por 17 acusações de assassinato em primeiro grau e de outras 17 de tentativa de assassinato. Se for considerado culpado, o jovem pode ser condenado à pena de morte. / AP, EFE e REUTERS 

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