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Governador de Roraima diz que fronteira com Venezuela já está fechada

Segundo Antonio Denarium, tanques de tropas do país vizinho interditaram acesso por volta das 15h30 desta quinta-feira

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Por Julia Lindner
Atualização:

BRASÍLIA - O governador de Roraima, Antonio Denarium (PSL), afirmou que a fronteira terrestre entre o Brasil e a Venezuela foi fechada por tanques de tropas venezuelanas por volta das 15h30 desta quinta-feira, 21. O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, afirmou que a fronteira seria fechada a partir das 20 horas (hora local, ou 21 horas de Brasília)

Venezuelanos voltam ao seu país depois de comprar comida na cidade de Pacaraima, em Roraima, no Brasil, antes do fechamento da fronteira Foto: Ricardo Moraes/Reuters

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"Tive informações que há 30 minutos foi fechada a fronteira com a presença de blindados do governo da Venezuela", declarou ao Estadão/Broadcast, por telefone. Ele está em Brasília e deverá retornar ao seu Estado no período da noite. O governador já esteve no Planalto, pela manhã, antes do anúncio de Maduro, e não há previsão de retorno. 

Segundo Denarium, a ajuda humanitária prevista pelo governo brasileiro aos venezuelanos está mantida, porém não é possível prever se será possível atravessar a fronteira.

"A fronteira entre o Brasil e a Venezuela é seca. Tem 1800 km de fronteira. Temos um grande número de venezuelanos na fronteira que moram do lado de cá, inclusive em abrigos, são mais de 5 mil venezuelanos em Boa vista e Pacaraima, vivendo como refugiados. A ajuda pode ser feita do lado de cá da fronteira", disse o governador.

Denarium afirmou que recebeu a informação do governo federal de que "a ajuda humanitária continua". "Se a ajuda vai atravessar ou atravessar a fronteira isso ainda não está definido", reforçou.

O Palácio do Planalto decidiu não se manifestar sobre a decisão do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, determinar o fechamento da fronteira terrestre entre o país e o Brasil. Em nota, a assessoria de imprensa do Planalto afirmou que "não haverá manifestação sobre o assunto".

Na terça-feira, 19, o porta-voz do governo Jair Bolsonaro, Otávio do Rêgo Barros, comunicou que o governo brasileiro vai enviar alimentos e medicamentos na fronteira com a Venezuela no sábado, 23, para atender ao pedido do líder opositor Juan Guaidó, que se autoproclamou presidente interino da Venezuela e tem o apoio de diversos países.

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"A ajuda, que inclui alimentos e medicamentos, será disponibilizada em território brasileiro, em Boa Vista e Pacaraima, Estado de Roraima, para recolhimento pelo governo do presidente encarregado Juan Guaidó, por caminhões venezuelanos conduzidos por venezuelanos", dizia nota do Ministério de Relações Exteriores e lida pelo porta-voz.

Ainda de acordo com o texto, a operação ocorre em cooperação com o governo dos Estados Unidos e é coordenada pelo Ministério das Relações Exteriores.

"O Brasil se junta assim a esta importante iniciativa internacional de apoio ao governo de Guaidó e ao povo venezuelano", afirma outro trecho.

Participam da força-tarefa para definir a logística da operação a Casa Civil da Presidência da República, os Ministérios da Defesa, da Agricultura, da Cidadania, da Saúde e do Gabinete de Segurança Institucional, entre outros.