BERLIM - O ministro do Interior da Alemanha, Thomas de Maizière, exigiu nesta quinta-feira, 13, um rápido e completo esclarecimento das circunstâncias em torno do suicídio na noite de quarta-feira, na prisão, do suposto terrorista islamita detido no país na madrugada da última segunda-feira suspeito de planejar um atentado.
"O que ocorreu na noite de ontem (quarta) exige um esclarecimento rápido e completo por parte das autoridades judiciais locais", declarou De Maizière no programa matinal da televisão pública alemã "ZDF". A morte do refugiado sírio, de 22 anos, obviamente dificulta a investigação em relação aos possíveis cúmplices e responsáveis pelos dos planos de ataques na Alemanha, acrescentou.
O presidente do Sindicato da Polícia Alemã (DPoIG), Rainer Wendt, também se mostrou estupefato e exigiu um rápido esclarecimento do ocorrido. Sobre as críticas de que o suposto terrorista, identificado como Jaber Albakr, não estava sob contínua vigilância, Wendt afirmou que primeiro é preciso ter claro o que se entende sob este conceito.
"Naturalmente não há um funcionário ao lado de sua cama monitorando cada movimento. Isso de fato atentaria contra a dignidade humana", afirmou.
Segundo a revista "Der Spiegel", Albakr, que escapou no sábado do cerco policial em torno de sua casa, mas foi entregue a polícia por vários compatriotas sírios que o renderam, se encontrava sob vigilância porque existia risco de suicídio e tinha começado uma greve de fome.
O serviço secreto da Alemanha tinha informações que indicam que o preso "poderia realizar um atentado nesta semana", informou o presidente do Escritório Federal para a Proteção da Constituição, Hans-Georg Maassen, ao jornal "Frankfurter Allgemeine Zeitung".
Por isso, os agentes iniciaram uma operação para prendê-lo no sábado, mas Albakr conseguiu fugir de sua casa na cidade de Chemnitz, também na região leste do país, onde foram encontrados explosivos e detonadores.
Após deixar Chemnitz, Albakr pediu alojamento para passar a noite em um chat de internet utilizado por solicitantes de asilo sírios e três compatriotas, também refugiados, o acolheram na cidade de Leipzig. Segundo narrou um deles, quando descobriram sua identidade amarraram seus pés e mãos e o entregaram para a polícia.
A mídia alemã havia noticiado antes do suicídio, citando fontes da investigação, que o suspeito disse aos investigadores pouco antes de se matar que os três sírios que o entregaram à polícia eram cúmplices. / EFE e REUTERS