Governo americano processa a Califórnia por suas leis pró-imigrantes

Departamento de Justiça abre ação judicial contra o Estado e alega que novas leis obstruem esforços contra imigração clandestina

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Por Redação
Atualização:

WASHINGTON - O Departamento de Justiça dos Estados Unidos abriu processo contra o Estado da Califórnia por suas leis de "cidades-santuário", o que eleva o tom da disputa do governo do presidente Donald Trump contra as cidades e Estados que concedem proteção aos imigrantes sem documentos.

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O texto do processo, apresentado a uma corte federal no distrito leste da Califórnia, cita três estatutos aprovados pelo Estado em apoio a cidades que se negaram a aceitar os pedidos das autoridades migratórias federais de entregar os imigrantes sem documentos para que sejam processados ou deportados.

Jerry Brown (C), governador da Califórnia, disse que ida do secretário de Justiça Jeff Sessions ao Estado para defender ação judicial contra leis pró-imigrantes polarizará mais o país Foto: Jim Wilson/The New York Times

Os estatutos "refletem um esforço deliberado da Califórnia de obstruir o cumprimento da lei federal de imigração", afirma a demanda. A Constituição americana "não permite à Califórnia obstruir a capacidade dos Estados Unidos de fazer cumprir as leis que o Congresso aprovou ou tomar ações que são definidas pela Constituição".

Em outubro, o governador Jerry Brown sancionou uma lei que que declarava toda a Califórnia um "Estado-santuário", em um desafio à decisão de Trump de deter a imigração ilegal e potencialmente expulsar do país milhões de pessoas que entraram nos EUA clandestinamente.

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Várias cidades e condados se declararam santuários de imigrantes, o que implica que não cooperam com os agentes federais na busca e detenção de imigrantes em documentos. O Departamento de Justiça, liderado pelo secretário de Justiça dos EUA, Jeff Sessions, ameaçou retirar os fundos federais das jurisdições que servem de santuários.

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A Califórnia tem a maior população de imigrantes sem documentos do país, quase 25% dos 11 milhões que vivem no país, principalmente de origem latino-americano.

Brown, que ao lado do procurador-geral do Estado Xavier Becerra, é mencionado como demandado no litígio, criticou Sessions, que pretende discursar na Califórnia nesta quarta-feira para defender a ação judicial.

"Em tempos de agitação política sem precedentes, Jeff Sessions vem para a Califórnia para dividir e polarizar ainda mais os Estados Unidos", escreveu o governador no Twitter.

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Becerra, por sua vez, defendeu a constitucionalidade das leis californianas e disse que as entidades locais e estaduais "têm o direito de determinar quais as políticas são melhores" para elas.

O governo Trump trava diversas batalhas legais sobre a imigração. A administração do republicano perdeu várias delas, especialmente as tentativas de restringir a migração de alguns países de maioria muçulmana. 

As maiores cidades do país como Los Angeles, Chicago e Nova York, entre muitas outras governadas pela oposição democrata, adotaram essas políticas que limitam principalmente o fluxo de informações entre seus policiais e agentes de imigração. / AFP e EFE

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