Governo britânico divulga dossiê contra Bin Laden

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Por Agencia Estado
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Osama bin Laden falou sobre um "grande ataque contra a América" nos dias que antecederam os atentados nos EUA. O terrorista também alertou pessoas ligadas a ele para que retornassem ao Afeganistão até 10 de setembro, segundo uma lista de evidências contra o milionário saudita divulgada hoje pelo governo da Grã-Bretanha. Porém, há muitas brechas no trecho divulgado do documento. Nomes, fontes e detalhes foram suprimidos, de acordo com a importância da informação. Na verdade, o informe, que foi divulgado na Câmara dos Comuns pelo primeiro-ministro Tony Blair, contém muitos detalhes já informados por agências de notícia americanas e de outros países. "Não é possível liberar detalhes precisos e novas informações que chegam diariamente, sem comprometer pessoas ou a segurança", disse Blair aos parlamentares. Ele disse aos ministros de governo e líderes dos partidos de oposição que viu todas as evidências e "não tem nenhuma dúvida de que Bin Laden e sua rede são responsáveis pelos ataques de 11 de setembro?. Na terça-feira, em Bruxelas, funcionários do governo dos Estados Unidos apresentaram evidências similares a seus aliados da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Paquistão Mohammed, Riaz Khan, disse hoje que as evidências contra Bin Laden são suficientes para indiciá-lo pelos atentados contra os EUA. Segundo o dossiê, "pelo menos três" dos 19 supostos seqüestradores "já haviam sido confirmados como pessoas ligadas a Bin Laden". Um dos três foi identificado como participante ativo dos atentados de 1998 contra as embaixadas dos Estados Unidos no Quênia e na Tanzânia e do ataque contra o destróier norte-americano USS Cole no Iêmen, em outubro de 2000, diz o documento. Nenhum nome foi fornecido. "Em agosto e no começo de setembro, pessoas ligadas a Bin Laden que estavam em outras partes do mundo foram alertadas para que retornassem ao Afeganistão até 10 de setembro", acrescenta. O dossiê diz ainda que o planejamento detalhado dos ataques foi feito por "um dos assessores mais próximos" de Bin Laden. Seu nome também não foi informado. O informe diz ainda que investigadores obtiveram "evidências de natureza muito específica relacionadas à culpabilidade de Bin Laden e de seus assessores que são muito importantes". A ligação de Bin Laden com o Talebã O dossiê também acusa líderes do Taleban, regime que controla o Afeganistão, de terem "uma aliança muito dependente e próxima" da organização Al-Qaeda, de Bin Laden. Os investigadores supõem que Bin Laden tenha representantes dentro do comando militar taleban. Bin Laden e a Al-Qaeda fornecem "apoio material, financeiro e militar" ao Taleban e recebem em troca proteção, uma parcela dos lucros obtidos na venda de drogas e liberdade para operar bases de treinamento terrorista no país, acusa o documento. Com base em informações anteriormente divulgadas, o relatório descreve a rede de campos de treinamento, estoques, comunicações e negócios de Bin Laden em países como Sudão, Somália e Quênia. O dossiê conclui que Osama bin Laden e sua rede "possuem motivação e recursos suficientes para levar a cabo outras atrocidades". Ele também informa que pessoas ligadas ao milionário saudita tentaram obter materiais químicos e nucleares para utilização em ataques terroristas.

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