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Governo britânico não cancelará visita de Trump ao Reino Unido

Petição no site do Parlamento já reuniu mais de 1,2 milhão de assinaturas contra a visita de Estado do presidente americano; deputados são obrigados a discutir propostas com mais de 100 mil assinaturas

Atualização:

LONDRES - A visita de Estado do presidente dos Estados Unidos Donald Trump ao Reino Unido, planejada para este ano, continua nos planos de Londres apesar dos protestos pelas medidas migratórias impostas por Washington, informou nesta segunda-feira, 30, o governo britânico.

Na seção de petições no site do Parlamento britânico, uma iniciativa para barrar a visita de Trump ao país tinha até as 11h30 desta segunda-feira mais de 1,2 milhão de assinaturas. O governo britânico é obrigado a responder todas as propostas que têm mais de 10 mil assinaturas e o Parlamento deve cogitar debater os projetos apoiados por mais de 100 mil pessoas.

A premiê britânica, Theresa May, foi recebida pelo presidente dos EUA, Donald Trump, na sexta-feira; ela ampliou um convite de visita para que o republicano se encontre com a rainha Elizabethh II Foto: AFP PHOTO / MANDEL NGAN

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Um porta-voz de Downing Street 10, a residência oficial da primeira-ministra britânica Theresa May, disse nesta segunda que a posição do governo não mudou e "o convite foi recebido e aceito" pelo novo presidente americano.

Além disso, fontes do governo disseram que cancelar a visita seria um "gesto populista". Segundo as fontes, os EUA são um "aliado importante" e é preciso "pensar a longo prazo".

Em sua reunião na última sexta-feira em Washington, a premiê convidou Trump a visitar Londres para ser recebido pela rainha Elizabeth II. Nesse encontro, May e Trump abordaram vários assuntos, como a negociação de um acordo comercial assim que o Reino Unido deixar a União Europeia (UE), possivelmente no segundo trimestre de 2019.

Os partidos da oposição britânica pediram ontem que o governo não recebesse o presidente após tomarem conhecimento do alcance da política migratória dos EUA, que veta a entrada no país de cidadãos com passaportes de Sudão, Iraque, Somália, Síria, Iêmen e Irã, nações de maioria muçulmana.

A medida suspende também suspende a entrada de todos os refugiados durante 120 dias e a concessão, durante 90 dias, de vistos para cidadãos com passaportes dos sete países citados.

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A organização Anistia Internacional (AI) convocou para hoje manifestações em várias cidades britânicas para protestar contra a política migratória de Donald Trump. 

As manifestações começarão às 18 horas(16 horas de Brasília) em frente à residência oficial de Downing Street, em Londres, e nas cidades escocesas de Edimburgo e Gales, nas galesas de Cardiff e Swansea, e nas inglesas de Manchester, Liverpool, Brighton e Bristol.

Pedido popular. Mais de 1,2 milhão de pessoas já assinaram uma petição que solicita ao Reino Unido que retire um convite para que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, visite Londres e jante com a rainha Elizabeth II.

A petição foi iniciada antes de a primeira-ministra britânica, Theresa May, ampliar o convite a Trump para uma visita de Estado formal, na sexta-feira, o que significa que ele iria ao país a convite da rainha Elizabeth. 

"Donald Trump deveria ter permissão de entrar no Reino Unido na condição de líder do governo dos EUA, mas não deveria ser convidada a fazer uma visita de Estado oficial porque isso constrangeria Sua Majestade, a Rainha", diz o apelo.

Parlamentares do governista Partido Conservador e do opositor Partido Trabalhista criticaram a medida de Trump, e o líder trabalhista, Jeremy Corbyn, de oposição, disse que a visita de Estado deveria ser suspensa. / REUTERS e EFE

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