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Governo chavista compra elogios no Twitter 

Os valores não chegam a US$ 0,35, mas representam o equivalente a um salário semanal para a maioria dos venezuelanos.

Atualização:

Tuítes de apoio à reeleição do presidente venezuelano, Nicolás Maduro? 350 mil bolívares. Comparecer à urna para votar em Maduro? 300 mil bolívares. Foi assim que o governo chavista tabelou a premiação em dinheiro aos venezuelanos que ajudaram na reeleição de Maduro no domingo, segundo apurou a agência Reuters. Os valores não chegam a US$ 0,35, mas representam o equivalente a um salário semanal para a maioria dos venezuelanos.

Um comunicado assinadopor Canadá, França, Alemanha, Itália, Japão, Reino Unido, EUA e União Europeia (UE)confirma uma "rejeição ao processo eleitoral" na Venezuela Foto: AFP PHOTO / Federico PARRA

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Dezenas de eleitores venezuelanos disseram nas redes sociais e em entrevistas que esperavam o “prêmio” que Maduro prometeu antes da eleição. Em um discurso de campanha, no dia 15, Maduro disse que todos os portadores do “cartão da pátria” – espécie de identidade que garante benefícios – que votaram receberiam um “prêmio da pátria, que é legal e constitucional”.

Mas, ao conferir o saldo do cartão da pátria, que concede acesso a vários programas de assistência social, muitos não encontraram o valor prometido. Cinco dias depois da eleição, a hashtag “#SinBono” (sem um prêmio) começou a circular nas redes sociais. 

Opositores de Maduro, EUA, União Europeia e outros países latino-americanos denunciaram a compra de votos. O principal rival de Maduro, Henri Falcón, pediu uma nova eleição, afirmando que o governo colocou 13 mil estandes oferecendo “prêmios” perto de seções eleitorais.

“Eu não faço isso pelo prêmio. Faço por amor à minha pátria venezuelana e para defendê-la de pessoas que dizem que vivemos em uma ditadura”, disse Pedro Pérez, gerente de um albergue, um dos “tuiteiros patrióticos” que aderiram ao programa. Pérez disse que, na segunda-feira, recebeu um aviso de depósito em seu cartão da pátria. “Foi uma surpresa. Eu não sabia”, disse a usuária @cardozomaryl1, que não quis se identificar. / REUTERS

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