Governo da Colômbia e Farc debaterão mais de 400 propostas para chegar a novo acordo de paz

Juan Manuel Santos disse que pontos estão sendo ‘estudados e analisados com cuidado e respeito’ e serão discutidos com guerrilha assim que possível

PUBLICIDADE

Foto do author Redação
Por Redação
Atualização:

BOGOTÁ - Os delegados de paz do governo da Colômbia e da guerrilha Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) debaterão 445 propostas com o objetivo de chegar a um novo acordo que permita superar o conflito armado de mais de 50 anos no país, disse no domingo o presidente Juan Manuel Santos.

“Até o momento, 445 propostas foram catalogadas, organizadas e sistematizadas em função dos capítulos do acordo. Todas elas estão sendo estudadas e analisadas com cuidado e respeito, e serão discutidas com as Farc para chegar a um novo acordo o mais rápido possível”, indicou o líder colombiano em um pronunciamento televisionado.

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, o presidente Juan Manuel Santos, o presidente cubano, Raúl Castro e o líder das Farc, Timoleon Jimenez (Rodrigo Londoño Echeverri), conhecido como Timochenko Foto: Luis Acosta/AFP

PUBLICIDADE

Santos e representantes do seu governo se reuniram com os opositores do acordo de paz estabelecido em 26 de setembro com as Farc, principal guerrilha do continente, após a rejeição do pacto pela população no plebiscito realizado no dia 2 de outubro.

Com a vitória do “não”, o acordo de paz pode não ser implementado. O governo agora tenta conversar com opositores, entre eles o ex-presidente Álvaro Uribe, que fez campanha contra o pacto, para “fazer mudanças, ajustes e acertos” no documento.

“O diálogo tem sido proveitoso. Ele tem nos permitido escutar as preocupações dos cidadãos. Em muitos casos pudemos esclarecê-las e responder às perguntas e dúvidas que nos foram apresentadas”, destacou Santos, que recebeu um Nobel da Paz por seus esforços para tentar acabar com o conflito civil no país.

Os negociadores do governo, liderados por Humberto de la Calle, viajaram na sexta-feira para Havana para tentar acelerar as conversas e “chegar a um novo acordo, que tenha toda a legitimidade jurídica e política, para começar a implementá-lo o mais rápido possível”, disse Santos.

O chefe de Estado enviou o ministro do Interior, Juan Fernando Cristo, o alto conselheiro para o pós-conflito, Rafarel Pardo, e o senador Roy Barreras para que “se concentrem em alguns temas específicos que requerem ajuda para avançar mais rapidamente”.

Publicidade

“Não podemos perder essa oportunidade que nos brinda essa nova etapa de construção de paz. O diálogo deve continuar para seguir avançando até a união e a reconciliação sobre as bases de um novo acordo”, destacou Santos. / AFP

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.