SANAA - O governo iemenita qualificou de "golpe fracassado" a ação de separatistas nos últimos dias, nos quais os antigos aliados se enfrentaram na cidade de Áden, no sul do Iêmen.
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Em um comunicado, a agência oficial de notícias Saba, controlada pelo Executivo, assegurou que "a capital provisória de Áden foi palco de uma tentativa de golpe contra o governo legítimo, realizada pelas milícias chamadas Conselho de Transição do Sul, comandadas pelo líder separatista e ex-governador de Áden, Eidarus al Zubeidi.
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Segundo a nota, "as milícias separatistas desdobraram no domingo suas forças, tanques e blindados nos bairros residenciais seguros em Áden". Além disso, atacaram "as instituições do Estado e, principalmente, de Justiça, bem como o edifício da secretaria-geral do Conselho de Ministros e os quartéis das brigadas de proteção presidencial".
O governo afirmou ainda que as milícias "tentaram avançar para tomar o controle do palácio presidencial de Al Maashiq" - onde reside até o momento o primeiro-ministro iemenita, Ahmed Abid bin Daguer, e todo seu gabinete -, o que causou a morte de vários guardas presidenciais "enquanto estavam cumprindo seu dever de segurança, além da morte de cidadãos inocentes".
Estas ações "vulneram os esforços para acabar com os rebeldes houthis, e servem para outras agendas que estão contra a unidade do Iêmen e da sua estabilidade", ressaltou o Executivo. A coalizão árabe comandada pela Arábia Saudita anunciou nesta quinta-feira, 1.º, a recuperação da "estabilidade e da calma" em Áden.
Os choques explodiram quando as milícias separatistas de Al Zubeidi se rebelaram contra o governo do presidente iemenita, Abd Rabo Mansur Hadi, de quem exigem que reforme o gabinete do primeiro-ministro.
As hostilidades cessaram na terça-feira depois que as partes chegaram a um cessar-fogo e após os combates que deixaram ao menos 38 mortos e mais de 200 feridos, segundo o Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICR) no Iêmen.
As forças governamentais e os separatistas combatiam lado a lado os rebeldes xiitas houthis - apoiados pelo Irã -, que controlam a capital, Sanaa, e expulsaram Hadi da cidade obrigando-o a exilar-se em Riad e estabelecer o governo provisório em Áden. / EFE