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Governo do Usbequistão ordena saída do Acnur

O governo usbeque afirma que o organismo vem tentando evitar o retorno de refugiados ao país e o acusa de proteger criminosos e terroristas

Por Agencia Estado
Atualização:

O Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur) anunciou nesta segunda-feira em Genebra que o governo do Usbequistão ordenou à entidade que deixe o país dentro de um mês. O organismo, subordinado à Organização das Nações Unidas (ONU), vem tentando evitar o retorno de refugiados ao Usbequistão e é acusado pelo governo usbeque de proteger "criminosos" e "terroristas". O Acnur lamentou a decisão do governo usbeque, mas assegurou que cumprirá o exigido. "Às vezes algum funcionário precisa sair por causa de problemas entre o indivíduo e o governo local. É muito raro ter um de nossos escritórios fechado", comentou Astrid van Genderen Stort, porta-voz do Acnur. Erika Feller, comissária de proteção do Acnur, leu a jornalistas a nota do Ministério das Relações Exteriores do Usbequistão que requisitou a saída da agência: "O Acnur implementou totalmente suas atividades e não há motivos para que a entidade permaneça no Usbequistão. Com base nisso, o ministério pede ao Acnur que feche seu escritório em Tashkent (capital usbeque) dentro de um mês". Feller disse que o Acnur buscará outros meios de ajudar os refugiados e os usbeques em busca de asilo. O descontentamento do Usbequistão refere-se às centenas de pessoas que refugiaram-se no vizinho Quirguistão em maio do ano passado, quando um levante na cidade usbeque de Andijan, no leste do país, foi brutalmente reprimido pelas forças de segurança. O Acnur reconheceu praticamente todos como refugiados e enviou 439 deles para um campo na Romênia. Mais de 200 desses refugiados foram reassentados em outros países depois de terem sido enviados à Romênia. Nas últimas semanas, as desavenças concentraram-se no caso de quatro refugiados usbeques que pediram asilo ao Quirguistão. Dois deles tiveram o pedido negado pela Suprema Corte e o Acnur pediu ao governo quirguiz que não os enviasse a contragosto de volta ao Usbequistão, onde acredita-se que eles seriam torturados.

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