Governo venezuelano liberta 44 opositores detidos por protestos

Libertações de ‘presos políticos’ ocorrem em meio às negociações na República Dominicana

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CARACAS - O governo venezuelano libertou entre sábado e esta segunda-feira 44 opositores dos mais de 80 que seriam o soltos por ocasião do Natal, seguindo a recomendação da Assembleia Nacional Constituinte. Os mais de 80 opositores que se beneficiaram das medidas alternativas de privação de liberdade participaram de protestos contra o presidente Nicolás Maduro que deixaram 43 mortos em 2014 e outros 125 mortos este ano.

O prefeito opositor Alfredo Ramos foi um dos 36 políticos libertados no fim de semana Foto: EFE-EPA/Agencia Venezolana de Noticias

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Segundo a presidente da Constituinte, Delcy Rodríguez, que também lidera a chamada Comissão da Verdade, entre as “fórmulas alternativas à privação de liberdade” propostas, está o trabalho comunitário. Ela disse que quem for agraciado deverá se apresentar à Comissão nos próximos dias “como um sentido pedagógico, da cultura de paz e de tolerância”.

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Entre os mais emblemáticos está o prefeito de Irribarren (Barquisimeto, Estado de Lara), Alfredo Ramos, detido no fim de julho e condenado a 15 meses de prisão, e vários policiais do município de Chacao (leste), reduto da oposição em Caracas. “Estou feliz com a liberdade, estou com a minha família que (...) foi de grande apoio. Foi uma prisão arbitrária, injusta, não cometi nenhum crime”, declarou Ramos.

A situação dos políticos detidos faz parte das negociações entre o governo e a opositora Mesa da Unidade Democrática (MUD) na República Dominicana para resolver a grave crise política e econômica do país. A terceira rodada de negociações ocorrerá nos dias 11 e 12.

A MUD celebrou a libertação de “presos políticos”. As solturas são “a primeira conquista clara nas negociações”, disse o analista Félix Séijas, da Delphos. “Em uma negociação, ambas as partes precisam de algo e têm de entregar algo. O governo está cedendo em um dos pontos, esperando um gesto por parte da oposição. Faltar ver isso”, acrescentou. / AFP

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