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Grupo acusa Estado Islâmico de limpeza étnica no Iraque

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Por Redação
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A Anistia Internacional acusou, nesta terça-feira, o grupo extremista sunita Estado Islâmico de realizar uma campanha sistemática de "limpeza étnica" no norte do Iraque, o que inclui assassinatos em massa, sequestros e outros crimes de guerra. No novo relatório, o grupo de defesa dos direitos humanos disse que os militantes sequestraram "centenas, senão milhares" de mulheres e crianças que pertencem à antiga fé yazidi. Os extremistas também detiveram homens e meninos antes de matá-los, afirmou o grupo, sediado em Londres. O documento de 26 páginas se soma à crescente quantidade de evidências recolhidas pela organização que destacam o campo de ação e a extensão dos crimes cometidos pelo Estado Islâmico desde o início de sua ofensiva, a partir da Síria, até o vizinho Iraque, em junho. Os militantes tomaram a maior parte do norte e oeste do Iraque, estendendo-se numa faixa que chega até as proximidades da capital iraquiana, Bagdá. Na segunda-feira, o organismo de direitos humanos da Organização das Nações Unidas aprovou um pedido do Iraque para a abertura de uma investigação sobre supostos crimes de guerra cometidos pelo Estado Islâmico contra civis. O objetivo é fornecer ao Conselho de Direitos Humanos um relatório com evidências que possam lançar mais luz sobre as atrocidades cometidas no Iraque e usá-las como parte de qualquer processo internacional sobre crimes de guerra. No relatório, a Anistia detalha como combatentes do grupo Estado Islâmico expulsaram cristãos, xiitas, yazidis e outros grupos de suas casas. Foram documentados vários casos nos quais os militantes reuniram homens e meninos yazidis e os mataram, após invadir suas terras ancestrais no extremo norte do Iraque. O documento também diz que o grupo sequestrou centenas de mulheres e crianças yazidis, a maioria ainda desaparecida. "Os massacres e sequestros realizados pelo Estado Islâmico fornecem novas evidências de que uma onda de limpeza étnica contra minorias está varrendo o norte do Iraque", disse Donatella Rovera, investigadora da Anistia. Não está claro quantos homens e meninos foram mortos. O relatório diz que "centenas" de homens foram provavelmente assassinados a tiros. Mahma Khalil, integrante do Legislativo da etnia yazidi, pediu ao governo iraquiano e à comunidade internacional que ajude urgentemente os yazidis que ainda enfrentam "contínuas atrocidades" cometidas pelos extremistas. "Eles se esforçam para nos obrigar a abandonar nossa religião. Nós rejeitamos isso porque é a fé mais antiga do Iraque, que têm suas raízes na Mesopotâmia", afirmou Khalil. Fonte: Associated Press.

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