Grupo líbio afiliado ao Estado Islâmico assume ataque a hotel em Trípoli

Grupo Estado Islâmico na Província de Trípoli disse que ataque na terça-feira era para vingar morte de extremista morto nos EUA

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Atualização:

Um grupo líbio afiliado ao extremista Estado Islâmico assumiu nesta quarta-feira, 28, a responsabilidade por um ataque a um hotel de luxo em Trípoli que resultou na morte de dez pessoas, dentre elas um americano e quatro europeus. O grupo chamado Estado Islâmico na Província de Trípoli disse ter lançado o ataque na terça-feira para vingar a morte de Abu Anas al-Libi, que foi indiciado por um tribunal federal dos Estados Unidos por sua suposta participação em ataques a embaixadas americanas no Quênia e na Tanzânia em 1998. Al-Libi foi capturado numa rua de Trípoli por forças especiais americanas em 2013 e morreu no início deste mês, sob custódia dos Estados Unidos, em razão de complicações de uma cirurgia no fígado.

Dez pessoas foram mortas no ataque ao hotel Foto: MAHMUD TURKIA/AFP

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O grupo identificou os homens que realizaram o ataque como Abu Ibrahim al-Tunisi e Abu Suleiman al-Sudani, nomes de guerra que sugerem que se tratava de um tunisiano e um sudanês. A reivindicação da autoria era datada de terça-feira, embora tenha sido colocada em fóruns jihadistas nesta quarta-feira.

"A operação não é a última nas terras de Trípoli...deixe os inimigos de Deus, os cruzados e seus aliados esperarem o que vai atingi-los", diz a mensagem.

O grupo afiliado já havia assumido a responsabilidade por um ataque recente contra a embaixada da Argélia, que deixou três seguranças feridos. Anteriormente, eles já haviam postado fotografias de seus homens visitando mercados e distribuindo panfletos. As postagens desta quarta-feira se equiparam a mensagens anteriores divulgadas pelo grupo.

O ataque de terça-feira teve como alvo o hotel Corinthia que, além dos estrangeiros, deixou cinco seguranças mortos. Os dois participantes do ataque também morreram.

Um funcionário de alto escalão do Departamento de Estado americano confirmou que um cidadão americano está entre as vítimas fatais. A identificação foi feita por Cliff Taylor, executivo-chefe de uma empresa de segurança da Virgínia, a Crucible LLC, que afirmou se tratar de David Berry, empreiteiro da empresa.

A Líbia tem sido assolada pela violência provocada por milícias e governos rivais desde a guerra civil de 2011, na qual o ditador Muamar Kadafi foi derrubado e morto. Um grupo de milícias islamitas controla Trípoli atualmente.

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/ AP

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