Um repórter do Wall Street Journal aparentemente foi feito refém no Paquistão por um grupo que tenta a repatriação de combatentes paquistaneses detidos em Cuba e a libertação do ex-embaixador do Afeganistão no Paquistão. Uma mensagem de correio eletrônico enviada pelo "Movimento Nacional de Restauração da Soberania Paquistanesa" acusou o jornalista Daniel Pearl de ser agente da CIA (o serviço secreto norte-americano) disfarçado de repórter, acusação negada tanto pela diretoria do jornal quanto pela CIA. Pearl, de 38 anos, um repórter baseado em Bombaim, na Índia, está desaparecido desde a última quarta-feira, quando foi visitar uma fonte perto de Karachi, no Paquistão, para uma reportagem sobre terrorismo, informou nesta segunda-feira o Wall Street Journal. Ari Fleischer, secretário de Imprensa da Casa Branca, disse nesta segunda-feira que autoridades norte-americanas entraram em contato com colegas paquistaneses "para dar todo o apoio possível" para conseguir a libertação de Pearl. "Ele é apenas um jornalista tentando exercer sua função. Este problema é sério, e está sendo acompanhado de perto pelo governo dos Estados Unidos", disse Fleischer. "Isto, infelizmente, nos faz lembrar dos riscos que os jornalistas correm em todo o planeta quando tentam exercer sua função." No Paquistão, fontes da polícia local disseram à Associated Press que acreditam que Pearl foi seqüestrado pelo Harkat ul-Mujahedeen, grupo supostamente ligado à organização Al-Qaeda e que está incluído na lista de organizações terroristas divulgada unilateralmente pelos Estados Unidos. "Pelo bem da humanidade, os terroristas deveriam libertar o senhor Pearl imediatamente", disse Steven Goldstein, um vice-presidente da Dow Jones & Co., proprietária do Wall Street Journal. Goldstein disse que o jornal "não manteve nenhum contato direto com o grupo" que alega manter Pearl refém. Ele também negou que o jornalista desaparecido tenha "ligação com o governo dos Estados Unidos, inclusive a Agência Central de Inteligência". A CIA também negou que Pearl tenha trabalhado para ela. O e-mail enviado a diversas redações de jornais era acompanhado de quatro fotografias, nas quais Pearl aparecia acorrentado no cativeiro. Em uma das fotos, ele estava com uma arma apontada para sua cabeça.