Guerrilheiros suspendem entrega de corpos dos jornalistas equatorianos à Cruz Vermelha

Dissidentes das Farc responsáveis pelo sequestro e assassinato de equipe de imprensa do jornal 'El Comercio' não deram novo prazo para devolução dos cadáveres; governo do Equador diz ter prendido 43 pessoas ligadas ao grupo armado

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Atualização:

BOGOTÁ - Os guerrilheiros dissidentes das Farc decidiram suspender a entrega dos três corpos da equipe de imprensa, apontou a mensagem que chegou nesta segunda-feira, 16, ao Comitê Internacional da Cruz Vermelho (CICR).

Equador afirma que jornalistas foram assassinados na Colômbia

"O CICR tomou conhecimento da posição da Frente Oliver Sinisterra expressa em comunicado publicado hoje, segunda-feira, maspermanece atento a uma possível evolução da situação", informou o organismo internacional em comunicado. 

Soldados colombianos intensificaram patrulhamento na fronteira com Equador após assassinato de jornalistas Foto: AFP PHOTO / Raul ARBOLEDA

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Prisões

O Equador prendeu 43 pessoas ligadas ao grupo armado ilegal colombiano responsável pelo sequestro e assassinato de dois jornalistas equatorianos e seu motorista na fronteira entre os dois países, mas as autoridades ainda procuram o líder da organização, segundo o chefe da polícia equatoriana.

O jornalista Javier Ortega, o fotógrafo Paúl Rivas e o motorista Efraín Segarra, do jornal El Comercio, foram sequestrados pela Frente Oliver Sinisterra, uma dissidência da antiga guerrilha das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), em 26 de março, e na sexta-feira o governo equatoriano confirmou suas mortes na divisa conflituosa entre as nações vizinhas.

Em vídeo, jornalistas equatorianos sequestrados aparecem acorrentados e pedem resgate; veja

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“Já são 43 membros desta organização que estão detidos por suas diferentes atividades dentro da organização e que facilitavam o apoio logístico”, disse o comandante da polícia equatoriana, Ramiro Mantilla, a repórteres.

“Essas três operações policiais que realizamos afetaram gravemente a estrutura que tinha o (líder) assim chamado Guacho em nosso país e principalmente na fronteira norte”, acrescentou.

Dissidência das Farc diz que equipe de imprensa equatoriana alvo de sequestro foi morta

As operações ofensivas sendo realizadas em coordenação com a Colômbia foram retomadas na sexta-feira com a mobilização de cerca de 550 agentes equatorianos na zona de Mataje, na província de Esmeraldas, onde se relataram explosões com artefatos artesanais contra militares e policiais do Equador.

Mas as autoridades não conseguiram capturar o líder do grupo, Walter Artízala, de codinome “Guacho”, pelo qual o Equador anunciou uma recompensa de US$ 100 mil, que se somam aos US$ 148 mil oferecidos por Bogotá por informações que permitam sua morte ou captura.

“Ativamos nossa unidade de busca da Polícia Nacional, e trabalharemos com a unidade de busca da polícia colombiana para encontrar o paradeiro de Guacho”, disse Mantilla. / AFP e REUTERS

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