Guiana anuncia aumento de presença militar em fronteira com Venezuela

País também instalará base transitória na fronteira para 'atenuar o intercâmbio de armas por comida e reduzir a violência dos grupos armados na região'; governo pede que moradores da região criem patrulhas populares de vigilância

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GEORGETOWN - As Forças de Defesa da Guiana (GDF, na sigla em inglês) anunciaram neste sábado, 17, o aumento paulatino da presença de suas tropas na região fronteiriça com a Venezuela, assim como a instalação de uma base transitória, para ajudar a atenuar o intercâmbio de armas por comida e reduzir a violência dos grupos armados na região.

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O ministro de Estado da Guiana, Joseph Harmon, afirmou que seu governo tinha conhecimento de vários incidentes violentos por parte de alguns grupos, que incluiriam ações bárbaras, como várias decapitações.

Venezuelanos se enfileiram na ponte Simón Bolívar, na fronteira com a Colômbia, para tentarem chegar a cidade de Cúcuta Foto: REUTERS/Carlos Eduardo Ramirez

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Harmon acrescentou que, diante do aumento da violência e do tráfico de armas e de comida na região, a presença de tropas será "maior e mais constante a partir de agora".

Para isso, o Ministério da Presidência da Guiana disse em um comunicado que estabeleceu uma nova base das GDF no local, levantada em 72 horas, depois de receber informações do serviço de inteligência de que há "problemas de segurança na fronteira devido à situação na Venezuela".

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O presidente da Região 1, no noroeste da Guiana, Brentnol Ashley, disse hoje à imprensa local que obteve informações de que armas estão sendo trocadas por alimentos na fronteira, pois a Venezuela vive uma crise de escassez de alimentos.

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Ashley explicou que informou ao presidente da Guiana que muitos guianeses estão sendo "atacados e assediados".

O Ministério da Presidência acrescentou em seu comunicado que "a presença militar tem como objetivo neutralizar qualquer atividade ilegal e estabelecer um sistema de vigilância de 24 horas para garantir a segurança máxima".

Além disso, o ministério pediu aos moradores da região que criassem patrulhas populares de vigilância. "A polícia e o Exército não podem estar em todas partes", disse o ministério.

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