Haiti adia eleições presidenciais pela terceira vez seguida

A votação prevista para o dia 24 não será realizada por falta de condições políticas favoráveis, disse o Conselho Eleitoral Provisório

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PORTO PRÍNCIPE - O Conselho Eleitoral Provisório (CEP) do Haiti decidiu adiar novamente o segundo turno das eleições presidenciais, marcado para o dia 24, alegando que não existem condições favoráveis para realizá-las. "Não há ambiente eleitoral no Haiti neste momento e, pela terceira ocasião, o segundo turno (das eleições) está adiado sem data prevista para sua realização", confirmou o porta-voz do CEP Dumelle Richardson.

Richardson acrescentou que o CEP está esperando que se resolva a crise política para ter controle total sobre o processo eleitoral. "O Conselho está trabalhando duro para recuperar o processo e reiniciar a votação quando for possível. Não vamos criar uma nova crise; temos que aprender com o passado", afirmou o porta-voz.

Haitianos protestam na capital Porto Príncipe pelo adiamento das eleições Foto: REUTERS/Andres Martinez Casares

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Na quarta-feira 13, o presidente do CEP, Leopold Berlanger, disse que o órgão está esperando o trabalho da Comissão de Verificação das eleições, cujo primeiro turno foi realizado em outubro do ano passado.

A decisão do adiamento ocorre no fim de uma semana em que milhares de partidários do candidato presidencial Jovenel Moise saíram às ruas pedindo a realização do segundo turno.

O partido PHTK, que elegeu o ex-presidente haitiano Michel Martelly e lançou a candidatura de Moise no primeiro turno - quando ele foi o mais votado -, fez duras críticas ao presidente interino do país Jocelerme Privert, lhe acusando de estender o processo eleitoral para "perpetuar-se no poder".

Privert assinou um acordo com Martelly, estabelecendo a realização do segundo turno das eleições no dia 24, e entrega do poder a um presidente legítimo em maio.

O ex-presidente concluiu seu mandato constitucional em fevereiro, quando saiu do cargo sem que o país pudesse eleger um presidente legítimo. /EFE

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