Hamas assume governo da Autoridade Palestina

Um dia antes da posse, novo primeiro-ministro palestino endureceu críticas a plano de retirada unilateral de Olmert, o vencedor das eleições israelenses desta terça-feira

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Por Agencia Estado
Atualização:

Os 24 ministros do novo governo da Autoridade Nacional Palestina (ANP), liderado pelo premier Ismail Haniye, do Hamas, assumiram nesta quarta-feira seus cargos com um juramento perante o presidente Mahmoud Abbas. A cerimônia foi realizada nos escritórios da Presidência da ANP, na cidade de Gaza. O primeiro-ministro foi o primeiro a fazer o juramento. Em seguida, outros integrantes do gabinete falaram. Formado majoritariamente por membros do Hamas, o novo governo conta também com tecnocratas e políticos independentes. "Juro perante Alá (Deus), o grande, ser fiel a nosso lar nacional, a nossos lugares sagrados, a nosso povo, a sua herança nacional; e respeitar a lei e o sistema constitucional, assim como proteger o interesse do povo palestino. Alá é minha testemunha", afirmou Haniye, apoiando uma mão sobre uma cópia do Corão. Após o juramento, os ministros se alinharam junto ao presidente palestino para serem fotografados pelos veículos de comunicação. O Hamas ganhou as eleições legislativas da ANP realizadas em 25 de janeiro, e controla 74 das 132 cadeiras do Conselho Legislativo (Parlamento) palestino. Críticas a Olmert O novo Executivo da ANP toma posse um dia depois das eleições gerais israelenses, nas quais o partido de centro Kadima obteve a maior bancada. Haniye disse nesta terça-feira que Israel não deve implementar nenhum plano de retirada de forma unilateral, pois este não traria paz à região. "Qualquer Governo israelense que não reconhecer o direito dos palestinos de ter um Estado independente tendo Jerusalém como capital não conseguirá trazer nem a paz nem a segurança ao Oriente Médio", afirmou. O novo chefe de Governo da ANP rejeitou o plano proposto pelo primeiro-ministro interino do Estado judeu e líder do Kadima, Ehud Olmert, que, segundo ele, pretende "estabelecer as fronteiras de Israel às custas dos territórios palestinos ocupados". "Qualquer Plano de Desligamento sem o consentimento dos palestinos será rejeitado pelo meu Governo", disse o líder do Hamas.

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