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Hamas tira poder de Abbas

No segundo encontro do parlamento palestino, grupo islâmico cancela decisões de legislatura anterior

Por Agencia Estado
Atualização:

O Parlamento palestino se reuniu nesta segunda-feira pela segunda vez desde as eleições de 25 de janeiro através de um sistema de videoconferência conectando as sedes de Ramallah e da Cidade de Gaza. O grupo radical islâmico Hamas é o partido majoritário na Casa. Os deputados se viram obrigados a utilizar o sistema de videoconferência para comunicar-se porque Israel impede o movimento dos parlamentares entre os dois territórios palestinos. Durante a sessão, o vice-presidente do Parlamento, Ahmed Baher, ressaltou que o Hamas tem a maioria e decidiu congelar as decisões tomadas na última sessão da legislatura anterior, incluindo uma lei que concedia maiores poderes ao presidente Mahmoud Abbas. A votação assinalou que os legisladores do Hamas tomarão uma postura ofensiva em relação à Fatah, partido que perdeu a maioria no parlamento nas eleições de janeiro. Compareceram à sessão 112 de um total de 132 deputados da câmara legislativa palestina. Entre os ausentes, 13 parlamentares se encontram em prisões israelenses, dois são procurados pelo Exército israelense e outros cinco não compareceram por motivos desconhecidos. Na primeira sessão, em 18 de fevereiro, o deputado do Hamas Assis Dueik foi eleito presidente do Parlamento e o presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, lembrou ao Hamas seu compromisso com os acordos assinados por palestinos e Israelenses. Antes da sessão desta segunda-feira, os deputados do Hamas na Faixa de Gaza juntaram-se a uma manifestação de familiares de milhares de palestinos detidos em prisões israelenses. O grupo se concentra todas as segundas-feiras em frente à sede do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV). No discurso inaugural, Dueik expressou o compromisso do Parlamento em apoiar os princípios justos e corretos, além de impor a lei e a divisão de poderes. "Trabalhamos juntos, longe dos enfrentamentos, para buscar a segurança, a liberdade de expressão e o pluralismo político", acrescentou.

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