O presidente François Hollande disse nesta terça-feira que a França não enviará forças terrestres para combater o Estado Islâmico na Síria e no Iraque. Segundo ele, a estratégia para enfrentar o grupo terrorista será apoiar forças locais e intensificar os bombardeios contra posições e ativos da organização.
Hollande deu as declarações durante entrevista coletiva em Washington, logo depois de se reunir com o presidente americano, Barack Obama. No encontro, ambos decidiram aumentar o compartilhamento de informações de inteligência usadas na definição dos alvos a serem atingidos pelos ataques aéreos. Desde a formação da coalizão liderada pelos EUA, em dezembro, 8 mil ataques do tipo já foram realizados no Iraque e na Síria.
O presidente francês defendeu o reforço do apoio a combatentes iraquianos e sírios que enfrentam o Estado Islâmico. Hollande iniciou na segunda-feira uma série de encontros com líderes mundiais para costurar uma resposta coordenada aos ataques terroristas do dia 13 em Paris, que deixaram 130 mortos.
Na quinta-feira, ele se reunirá com o líder russo, Vladimir Putin, em Moscou. O presidente russo foi criticado por Obama e Hollande durante a entrevista por sua ação na Síria e seu apoio ao presidente Bashar Assad.
Ao lado de Hollande, Obama lembrou que a coalizão de 65 países liderada pelos EUA existe há quase um ano. Segundo ele, Putin integra uma coalizão de dois países – a própria Rússia e o Irã - empenhados mais na defesa de Assad do que no combate ao Estado Islâmico.
Os dois presidentes afirmaram que a guerra civil síria só poderá ser resolvida com a saída de Assad do poder. Obama ressaltou que há “enorme possibilidade de cooperação” com a Rússia, mas que isso só será possível se Putin abandonar a defesa de Assad e centrar fogo no combate ao Estado Islâmico.
Hollande disse que a realização da Conferência do Clima em Paris, na próxima semana, será uma demonstração da rejeição internacional ao terrorismo. “Não posso imaginar melhor símbolo do que ter 150 chefes de Estado e de governo em Paris. A França nunca recebeu antes tantos líderes da comunidade internacional.”