WASHINGTON - Michael Garcia, juiz de apelação do Estado de Nova York, que comandou as investigações sobre o escândalo de corrupção na Fifa, é um dos favoritos para assumir o FBI após a demissão do diretor James Comey, na terça-feira. Segundo o jornal Washington Post, ele se encontraria hoje com o presidente dos EUA, Donald Trump, para uma entrevista.
A demissão de Comey levantou suspeitas de que o presidente estaria tentando atrapalhar as investigações do FBI a respeito dos contatos entre agentes russos e assessores de campanha de Trump. De acordo com o New York Times, para tentar contornar o problema e melhorar a imagem da Casa Branca, ele busca um novo diretor que tenha um perfil independente. Segundo Trump, o nome será anunciado na semana que vem.
Em 2012, quando era sócio do escritório Kirkland & Ellis, de Nova York, Garcia foi contratado pela Fifa para investigar irregularidades na escolha das Copas de 2018, na Rússia, e 2022, no Catar. Garcia entregou um relatório de 350 páginas, mas a entidade máxima do futebol mundial disse que não tornaria o documento público por “questões legais” – em vez disso, decidiu apenas divulgar um resumo de 42 páginas do resultado.
Garcia considerou o documento “incompleto”, com “representações equivocadas dos fatos e das conclusões” e decidiu abandonar o caso. Seu relatório, no entanto, levou autoridades suíças e americanas a iniciar uma investigação criminal, anunciada pelo Departamento de Justiça dos EUA, em maio de 2015, que terminou com a prisão de 14 pessoas, incluindo o ex-presidente da CBF José Maria Marin – que segue em prisão domiciliar em Nova York.
Garcia também comandou a investigação sobre uma rede de prostituição em Nova York, que culminou com a renúncia do governador do Estado, o democrata Eliot Spitzer, em 2008 – ele teria pagado encontros com prostitutas com fundos de campanha.
Outros candidatos especulados pela imprensa americana são Kelly Ayotte, ex-senadora republicana, Ray Kelly, ex-chefe de polícia de Nova York, Michael Luttig, executivo da Boeing, e os republicanos Rudy Giuliani, ex-prefeito de Nova York, e Chris Christie, governador de New Jersey. / AP