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Hospital do Vaticano pode receber bebê britânico com doença grave 

Menino de 10 meses sofre de miopatia mitocondrial, doença rara e incurável que provoca perda progressiva da força muscular; pais querem levá-lo para os EUA

Atualização:

ROMA - A presidente do hospital pediátrico Bambino Gesù, Mariella Enoc, informou nesta segunda-feira, 3, que a entidade estuda a transferência do bebê britânico Charlie Gard para a unidade. O hospital, que é um dos maiores da Europa, é de propriedade da Santa Sé e fica em Roma. 

Chris Gard e Connie Yates com o filho recém-nascido Foto: Family of Charlie Gard via AP

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"Pedi ao diretor médico para verificar com o Great Ormond Street Hospital de Londres, onde o bebê está sendo tratado, se há condições sanitárias para uma eventual transferência de Charlie para nosso hospital ", disse Enoc à imprensa italiana. 

Ao falar sobre a difícil situação médica da criança, a presidente destacou que quer dar condições dignas ao bebê."Sabemos que o caso é desesperador e, ao que sabemos, não há terapias eficazes. Estamos próximos dos pais nas orações e, se esse for o desejo deles, estamos disponíveis para acolher o menino aqui pelo tempo que lhe resta de vida", acrescentou. 

Falando sobre a "missão" do Bambino Gesù, Enoc destacou as palavras do papa Francisco que, na sexta-feira, escreveu que "defender a vida humana, sobretudo quando ela é ferida pela doença, é um compromisso de amor que Deus confia a cada homem". 

"As palavras do Santo Padre, ditas ao pequeno Charlie, reassumem a missão do hospital Bambino Gesù", acrescentou Enoc.  A sexta-feira era a data em que o hospital deveria desligar os aparelhos que mantêm Charlie vivo. O menino de 10 meses sofre de miopatia mitocondrial, doença rara e incurável que provoca perda progressiva da força muscular. 

Os pais Connie Yates e Chris Gard lutavam na justiça para manter os equipamentos ligados e, por consequência, manter o bebê vivo, mas foram derrotados. O objetivo deles era levar o menino para um tratamento experimental nos EUA. Hoje, o presidente americano, Donald Trump, se ofereceu para ajudar a família. 

Na semana passada, a Corte Europeia dos Direitos Humanos confirmou a decisão da Justiça britânica autorizando o hospital a desligar os aparelhos. O hospital decidiu, porém, adiar o desligamento para que a família tivesse mais tempo para se despedir da criança. / Ansa, AFP 

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