Humala diz que Peru vive ditadura

Primeiro lugar nas pesquisas, candidato à presidência atribui situação à operadores políticos do poder econômico

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Por Agencia Estado
Atualização:

O Peru vive uma espécie de ditadura dos poderes econômicos, e se esta situação não mudar, o país "poderá se tornar explosivo", afirmou hoje o candidato nacionalista à presidência Ollanta Humala. "A política peruana é uma esgoto, foi nisso que os políticos a transformaram", disse o ex-militar em um encontro com a imprensa estrangeira em Lima. Humala lidera as pesquisas para as eleições de 9 de abril com 33% das intenções de voto, seguido pela candidata direitista Lourdes Flores, que conta com 27% de apoio. Para Humala, o Peru vive "uma espécie de ditadura dos poderes econômicos", que, segundo ele, comandam o país "através de seus operadores políticos". "Os grupos empresariais têm que se dar conta de que se não houver uma mudança, a situação (no Peru) pode se tornar explosiva", afirmou. Humala responsabilizou por essa situação grupos que "semeiam a divisão, a discriminação e o racismo". Para Humala, sua candidatura representa "um processo que está ocorrendo em toda a região, do qual surgiram novos líderes e vemos, assim, novas faces na América Latina, que tentam construir uma família latino-americana". O candidato se mostrou simpatizante dos presidentes Hugo Chávez, da Venezuela, e Evo Morales, da Bolívia, os quais considera como parte deste novo rosto político latino-americano. Também incluiu a nova presidente do Chile, Michelle Bachelet. Ele indicou que o "denominador comum" desta nova imagem política "é que são forças progressistas que estão buscando uma alternativa ao modelo econômico neoliberal".

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