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Human Rights Watch qualifica de ‘calamidade’ o primeiro ano de mandato de Duterte

Segundo a ONG, a política de ‘guerra contra as drogas’ promovida pelo líder filipino já matou mais de 7 mil pessoas; campanha causou ‘uma redução drástica no respeito aos direitos básicos desde a posse’ do presidente

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Por Redação
Atualização:

MANILA - A organização Human Rights Watch (HRW) qualificou nesta quarta-feira, 28, como uma "calamidade" para os direitos humanos o primeiro ano de mandato do presidente das Filipinas, Rodrigo Duterte, em razão de sua "guerra contra as drogas”. Segundo a ONG, essa política já levou a mais de 7 mil mortes no país.

A campanha "assassina" de combate às drogas, além da "perseguição" aos que a criticam, e a massificação das prisões nas Filipinas, "causaram uma redução drástica no respeito aos direitos básicos desde a posse de Duterte no dia 30 de junho de 2016", denunciou a organização em um comunicado.

Rodrigo Duterte completará um ano de mandato, no qual recebeu numerosas denúncias de violações dos direitos humanos, mas manteve uma alta popularidade, com índices de aprovação próximos de 80% Foto: EFE/King Rodriguez

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A HRW indicou que, segundo dados do governo filipino, entre os mortos da campanha contra as drogas há 3.116 supostos dependentes químicos e traficantes abatidos pelas forças de segurança que teriam oferecido resistência durante as operações policiais.

A organização atribuiu as outras mortes à ação de assassinos de aluguel e milícias populares que se amparam na impunidade oferecida por Duterte, apesar de, em sua maioria, estes casos serem considerados oficialmente como "homicídios sob investigação".

A HRW também culpou o governo de Duterte pelo assédio dos seguidores do presidente aos críticos da campanha antidrogas, e denunciou a prisão "por motivos políticos" da senadora Leila de Lima, uma das críticas mais ferrenhas da atual administração.

Em paralelo, a ONG afirma que a cruzada contra as drogas "piorou as já deploráveis condições das instalações carcerárias das Filipinas, incluindo alimentos inadequados e condições insalubres".

As prisões das Filipinas, cuja capacidade total é de 20.399 internos, acolhem atualmente 132 mil reclusos, segundo dados das autoridades penitenciárias. A superlotação é atribuída pela HRW ao aumento das prisões de suspeitos de crimes relacionados às drogas.

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Rodrigo Duterte completará na sexta-feira um ano de mandato, no qual recebeu numerosas denúncias de violações dos direitos humanos, mas manteve uma alta popularidade, com índices de aprovação próximos de 80%.

O presidente prometeu em diversas ocasiões limpar as Filipinas de traficantes de drogas e dependentes químicos ao considerar que essas substâncias, e especialmente a metanfetamina, estão destruindo as novas gerações do país.

Desde que Duterte chegou ao poder, as autoridades afirmam que os delitos caíram 30%, mais de 1 milhão de usuários de drogas e traficantes se entregaram à polícia, e mais de 65 mil suspeitos foram detidos. / EFE

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