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Índia aceita inspeção de 14 usinas atômicas

Acordo precisa ser aprovado pelo Congresso americano, onde deve encontrar resistência

Por Agencia Estado
Atualização:

Apenas 14 dos 22 reatores nucleares da Índia estarão submetidos à inspeção internacional, que não inclui, necessariamente, os futuros reatores rápidos (FBRs) de fabricação local, segundo indicaram os meios de comunicação do país ao comentar o acordo nuclear fechado na quinta-feira com os Estados Unidos. O acordo entre o presidente George W. Bush e o premier indiano Manmohan Singh prevê a separação entre os programas nucleares civis e militares da Índia, país não signatário do Tratado de Não-Proliferação Nuclear (TNP), e deixa apenas os primeiros sujeitos à supervisão internacional. A Índia tem 15 reatores em funcionamento e sete em construção, sendo que 14 classificados como civis e, portanto, estarão submetidos às salvaguardas da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), de acordo com o pacto. Segundo a imprensa indiana, 36% não ficarão submetidos a essas salvaguardas, frente os 64% que estarão. Negociações duraram oito meses Caberá à Índia decidir se os reatores de alimentação rápida com os quais já conta estarão incluídos no programa civil ou no militar. Mas, segundo o jornal The Hindu, os atuais FBRs não serão supervisionados, pois não foram incluídos na lista civil, portanto ficarão imunes aos olhares estrangeiros. Essa era uma das principais discrepâncias entre India e Estados Unidos, que negociaram durante oito meses este tratado, que começa a ser aplicado este ano e se completará em 2014. No entanto, o acordo encontrará resistência no Congresso americano para ser aprovado. Muitos legisladores consideram que ele representa um prêmio a um país que se nega a subscrever o TNP. Além disso, também deve ser apreciado pelo Parlamento da Índia. Se aprovado, o acordo legitimará a Índia como uma potência nuclear que permanece fora do TNP. Vários analistas interpretam o acordo como parte de uma grande estratégia americana para o futuro da região. Segundo eles, os EUA estão apostando na Índia como um contrapeso ao crescimento da China e à sua influência política.

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