Interpol vê falha em segurança do embarque

Descuido no aeroporto de Kuala Lumpur, segundo a Interpol, chamou a atenção para uma ameaça comum e subestimada nos aeroportos internacionais

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PARIS - A Interpol tinha as informações de que dois passageiros utilizaram passaportes roubados para embarcar no voo da Malaysia Airlines com destino à China, mas afirmou que nenhuma autoridade verificou o vasto banco de dados da polícia internacional para checar a legalidade dos documentos. Até domingo, 9, não estava claro se o roubo dos passaportes tinha ligação direta com o desaparecimento do Boeing 777. Mas o descuido no aeroporto de Kuala Lumpur, segundo a Interpol, chamou a atenção para uma ameaça comum e subestimada nos aeroportos internacionais. Segundo a organização, no ano passado, viajantes embarcaram mais de 1 bilhão de vezes sem ter seus passaportes checados no banco de dados da Interpol. Nele, há os registros de quase 40 milhões de documentos perdidos ou roubados em 167 países. Em um comunicado divulgado ontem, o secretário-geral da Interpol, Ronald Noble, questiona porque os países "esperam por uma tragédia para aplicar medidas de segurança mais prudentes em seus controles de fronteiras e portões de embarque". "Agora, temos um caso real em que o mundo está especulando se passageiros portando passaportes roubados eram terroristas ou não, enquanto a Interpol questiona por que apenas parte dos países está garantindo que viajantes com documentos roubados não embarquem em voos internacionais."No voo que ia Kuala Lumpur para Pequim, dois passageiros utilizaram os documentos de um austríaco e um italiano, roubados na Tailândia. Ontem, em Bangcoc, o italiano, Luigi Maraldi, explicou em uma entrevista coletiva que deixou seu passaporte como garantia em uma loja de locação de bicicletas em Phuket. Ao retornar para buscá-lo, o estabelecimento disse que alguém muito parecido com ele já havia retirado o documento. Ele prestou queixa à polícia em julho.

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