TV do Irã exibe imagens de americanos detidos

Os dois navios de guerra dos EUA e seus 10 tripulantes foram colocados em águas internacionais após funcionários americanos reconhecerem que cometeram erro e se desculparem pelo sucedido

PUBLICIDADE

Atualização:

TEERÃ - (Atualizada às 19h34) A televisão estatal iraniana IRIB divulgou nesta quarta-feira, 13, uma sequência de imagens dos dez militares americanos detidos na terça-feira pelo Irã depois de invadirem águas territoriais do país no Golfo Pérsico. Eles foram soltos hoje. O Pentágono confirmou hoje a libertação dos militares – nove homens e uma mulher. 

PUBLICIDADE

Em uma das imagens, um soldado se desculpa pelas duas embarcações de guerra dos EUA terem violado os limites iranianos após uma “falha técnica” nos sistemas de navegação. “Foi um erro e nós nos desculpamos por ele”, diz o militar, apresentado pela TV como um comandante da Marinha americana. Há também imagens do momento da prisão dos militares, que se ajoelham e põem as mãos sobre a cabeça. Mais tarde, em um ambiente fechado, eles aparecem fazendo uma refeição. 

O jornalista iraniano Abas Aslani publicou, em sua conta no Twitter, um dos trechos das imagens:

Teerã informou que o impasse se resolveu rapidamente com um pedido de desculpas dos EUA. Washington, porém, negou que tenha havido esse pedido de desculpa. 

Os dois navios de guerra dos EUA que violaram as águas territoriais iranianas tiveram uma "falha técnica" em seus sistemas de navegação, afirmou mais cedo o vice-almirante Ali Fadavi, comandante da Marinha da Guarda Revolucionária, que confirmou a liberação da tripulação americana.

"As investigações mostraram que os dois navios entraram nas águas territoriais iranianas por falhas técnicas em seus sistemas de navegação, e o assunto está se resolvendo", afirmou Fadavi. As duas embarcações e os dez tripulantes e foram liberados após a autorização dada pelos altos comandantes das Forças Armadas do Irã.

Publicidade

Foto feita pela Guarda Revolucionária do Irã mostra os 10 tripulantes americanos pouco antes de serem liberados Foto: REUTERS/sepahnews.ir/TIMA/Handout via Reuters

O corpo paramilitar dos Guardiães da Revolução, encarregado da vigilância nas águas do Golfo Pérsico, informou que os militares dos EUA já foram postos em águas internacionais e que sua entrega aconteceu depois de funcionários americanos reconhecerem que se tratou de um erro e se desculparem pelo sucedido.

"A definitivamente não intencional entrada ilegal da frota naval dos EUA em águas territoriais do Irã no Golfo Pérsico permitiu colocá-los em liberdade, além do compromisso dos EUA de não repetir erros deste tipo", afirmou o comunicado.

Fadavi ressaltou que durante todo o incidente houve uma boa interação entre a Guarda Revolucionária, corpo vinculado diretamente do líder supremo iraniano, Ali Khamenei, que não obedece ao governo, e o Ministério das Relações Exteriores iraniano, que negociou a situação com as autoridades americanas.

O Irã afirmou ter exigido um pedido de desculpas dos EUA por esta incursão, através de uma conversa entre o ministro iraniano de Relações Exteriores, Mohamad Javad Zarif, e o secretário de Estado americano, John Kerry. O Departamento de Estado americano negou que esse pedido tenha ocorrido. 

PUBLICIDADE

A detenção das embarcações patrulheiras aconteceu na terça-feira às 16h30 (11 horas em Brasília) após entrarem em águas iranianas na proximidade da Ilha de Farsi, onde o Irã tem uma importante base naval. Fontes do Pentágono informaram na noite de terça-feira que os dois navios se deslocavam pelo Golfo Pérsico entre Kuwait e Bahrein quando sofreram uma falha e se desviaram em direção as águas iranianas.

As águas do Golfo, especialmente no Estreito de Ormuz, são umas das mais transitadas do mundo e obrigam os navios de transporte e embarcações militares de nações em conflito a passarem por corredores bem definidos. Os Estados Unidos tem no Catar e no Kuwait importantes bases militares e centros de operações.

Recentemente, o Pentágono se queixou das provocações iranianas na região, como o lançamento no fim de dezembro de um foguete perto do porta-aviões USS Harry S. Truman. / EFE e REUTERS

Publicidade

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.