Irã proíbe a entrada de inspetores da AIEA

Diretor de agência iraniana diz que país não vai permitir inspeções surpesa em reatores irnanianos

PUBLICIDADE

Por Efe
Atualização:

TEERÃ - O Irã proibiu a entrada de dois inspetores da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), anunciou nesta segunda-feira, 21, o diretor da Organização de Energia Atômica do Irã (OEAI), Ali Akbar Salehi.

 

PUBLICIDADE

Veja também:linkIrã diz que sanções da ONU ao programa nuclear são 'ilegais e inválidas' linkO Brasil, o Irã e o Protocolo Adicional lista Veja as sanções que já foram aplicadas ao IrãespecialO programa nuclear do Irã

Segundo a agência de notícias local Mehr, Salehi disse que a decisão foi tomada porque os inspetores, que não se identificaram, e estariam oferecendo informações incorretas sobre as atividades nucleares do Irã. "Na semana passada anunciamos à OEIA os nomes de dois dos inspetores da agência que não possuem mais o direito de entrar no Irã, já que divulgaram um relatótio que não está em conformidade com a realidade, antes do processo oficial", diz

 

Salehi não revelou o nome nem a nacionalidade dos dois inspetores, e sublinhou ainda que esta decisão não poem em xeque a cooperação do Irã com o organismo internacional.

O Irã anunciou esta medida após a publicação de um novo relatório da AIEA, onde se conclui que é impossível confirmar o caráter puramente pacífico programa nuclear da República Islâmica.

 

O relatório também expressa a "preocupação" da AIEA sobre a verdadeira natureza do programa nuclear iraniano, referindo-se "a possível existência de atividades secretas, passadas ou presentes, ligadas ao setor nuclear, que envolveria organizações militares."

 

Fontes próximas à AIEA em Viena, reconheceram que os Estados podem rejeitar seus inspetores e solicitar à agência a propor outros.

Publicidade

Um Estado "tem o direito de deixar que alguém entre ou não", indicaram essas fontes.

 

Mas essas mesmas fontes expressaram surpresa com o fato de que o Irã acuse duas pessoas em particular, já que o relatório incriminado por Teerã é o produto de um "trabalho coletivo", escrito por uma "dezena" de colaboradores para a agência nuclear da ONU.

O diretor da agência iraniana diz que seu país não vai permitir inspeções além do protocolo adicional, ou seja, as inspeções surpresas para qualquer instalação nuclear do Irã. "No passado, quando estávamos realizando voluntariamente o protocolo adicional, os inspetores podiam inspecionar qualquer instalação nuclear iraniana de forma inesperada", diz Salehi, ao acrescentar que isto estava fora das normas da AIEA. A autoridade nuclear do Irã diz, entretanto, que atualmente existem estas inspeções surpresas, porém acrescentou que são feitas sobre uma série de condições acordadas. "Por exemplo, permitimos que façam duas inspeções das instalações de Natanz (no centro do Irã), no período de um mês", acrescentou. Salehi também se referiu à criação de um reator mais potente em Teerã, para a produção de medicina nuclear (isótopos) e diz que os especialistas iranianos estão trabalhando há vários meses para projetá-lo. "Se trata de um reator parecido ao atual de Teerã, com algumas alterações para melhorar o seu desempenho", disse ele, explicando que o modelo atual tem a capacidade de 5 megawatts, e o novo modelo pode aumentar para até 20 megawatts.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.