Israel construirá primeiro assentamento novo na Cisjordânia desde 1999 para colonos despejados

Cerca de 330 israelenses moram em Amona, maior posto avançado construído na região

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Por Redação
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AMONA, CISJORDÂNIA - Israel anunciou na quarta-feira que estabelecerá um novo assentamento na Cisjordânia ocupada, o primeiro desde o final dos anos 1990, para colonos despejados. Um comunicado do gabinete do primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, disse que ele está sendo fiel ao compromisso assumido com os colonos de Amona e ordenou a formação de um comitê para localizar uma área onde as casas possam ser erguidas.

"Tal como prometido um mês e meio atrás aos colonos, (Netanyahu) criou um comitê que irá promover o estabelecimento de um novo assentamento. Ele começará a trabalhar imediatamente para encontrar um local e estabelecer o assentamento", disse o informe.

O Executivo apresentou uma proposta de realocação em terras próximas, também em território ocupado, e a ONG israelense Yesh Din pediu sua rejeição em nome dos palestinos que reivindicam a propriedade dos terrenos. Foto: AP Photo/Sebastian Scheiner

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O anúncio foi feito pouco depois de a Suprema Corte de Israel rejeitar um plano do governo para reassentar alguns dos colonos de Amona em um terreno adjacente por determinar que as casas construídas no local também usurpariam terras palestinas.

De acordo com o grupo de direitos humanos israelense B'Tselem, Israel estabeleceu novos assentamentos na Cisjordânia pela última vez em 1999, embora postos avançados como o de Amona - criado pelos moradores sem permissão oficial - tenham sido construídos mais recentemente.

Cerca de 330 colonos israelenses moram em Amona, o maior dentre as dezenas de postos avançados erguidos na Cisjordânia. Em novembro, após uma longa batalha legal, a Suprema Corte decidiu que os assentados tinham de partir porque suas casas foram construídas em propriedades particulares de palestinos.

Na quarta-feira, manifestantes de direita entraram em confronto com policiais israelenses que cumpriram a ordem de um tribunal e despejaram os colonos de Amona, horas depois de o governo anunciar mais construções em assentamentos maiores. / REUTERS

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