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Israel destrói pista do aeroporto de Gaza

Por Agencia Estado
Atualização:

Motoniveladoras israelenses destruíram a pista do Aeroporto Internacional de Gaza nesta sexta-feira, dando prosseguimento a uma série de represálias diárias por um ataque mortal contra soldados israelenses. O Exército de Israel alertou que realizará novas ações se os ataques palestinos não forem contidos. O Aeroporto de Gaza é um importante símbolo das aspirações palestinas a um Estado independente. As forças israelenses também detiveram 11 palestinos - oito suspeitos por tráfico de armas e três supostos militantes -, informou o Exército. Os ataques ocorrem num momento no qual o primeiro-ministro de Israel, Ariel Sharon, endureceu seu discurso contra o presidente da Autoridade Palestina, Yasser Arafat. O líder palestino, que passou mais de um mês confinado por Israel em Ramallah, na Cisjordânia, "passará anos na cadeia" se não prender os assassinos de um ministro de gabinete israelense, disse Sharon. Sharon também reiterou que Israel recusa-se a manter contato com funcionários da Autoridade Palestina, com exceção das reuniões entre oficiais de segurança. As negociações de segurança foram priorizadas pelo enviado especial norte-americano ao Oriente Médio, Anthony Zinni, e seu fim poderia estremecer as relações entre Israel e Estados Unidos. A destruição da pista do aeroporto nesta sexta-feira foi uma retaliação a um ataque perpetrado dois dias antes por militantes islâmicos contra um posto avançado do Exército israelense, no qual quatro soldados israelenses morreram. Os dois militantes, membros do grupo Hamas, foram mortos pelos soldados. As motoniveladoras abriram grandes buracos na pista em uma faixa de centenas de metros. Em dezembro, Israel já havia feito uma operação similar em retaliação a ataques mortais contra israelenses, mas haviam dado tempo para que os palestinos reparassem os estragos. O aeroporto foi inaugurado em 1998, dando aos palestinos um ponte para o mundo, mas ficou fechado durante a maior parte dos últimos 15 meses de conflito. Ahmed Abdel Rahman, um importante assessor de Arafat, disse que a destruição da pista representa "uma provocação e uma tentativa de destruir todas as chances de calma para a sustentação de um cessar-fogo".

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