O governo israelense afirmou que o Catar expulsou o líder do grupo militante Hamas, o que significaria uma vitória diplomática para Israel. Autoridades do Hamas negaram as alegações e as classificaram como "sem fundamento". O Catar não comentou o anúncio. O Ministério das Relações Exteriores israelense emitiu um comunicado cumprimentando a "decisão do Qatar de expulsar o líder do grupo político Hamas, Khaled Mashaal, para a Turquia", o que teria acontecido após forte pressão diplomática de Israel. "Esperamos que o governo turco aja de forma responsável e semelhante", acrescentou o ministério.
Autoridades do Hamas tanto em Gaza quanto no Catar negaram veementemente as alegações de Israel. Izzat Rishq, um dos principais assessores de Mashaal, disse que a afirmação estava equivocada. "Não há fundamento de verdade sobre o irmão Khaled Mashaal deixar Doha", disse. O porta-voz do Hamas no Catar, Salah Bardawil, e um oficial do grupo em Gaza deram declarações semelhantes a de Rishq. Na Turquia, o Ministério das Relações Exteriores disse que não tinha informações sobre a decisão do Catar ou planos de Mashaal de ir para a Turquia. Um oficial israelense afirmou que o governo recebeu "informação séria e confiável" de "fontes oficiais" que a expulsão era certa. Ele falou em condição de anonimato. Israel costumava ter um representante diplomático no Catar e continua com relações distantes com o país. Seguindo um acordo feito com os Emirados Árabes Unidos e a Arábia Saudita no ano passado, o Catar concordou com uma série de diretrizes de política externa que, em grande parte, acredita-se que sejam relacionadas a seu apoio a grupos islâmicos em toda a região. Os detalhes do acordo de reconciliação do Golfo não foram tornados públicos. Israel e Hamas, entraram em um conflito de 50 dias no meio de 2014 que matou mais de 2.100 palestinos em Gaza e 72 pessoas em território israelense. Se a alegação for verdadeira, a expulsão iria marcar um grande revés para o Hamas. Nos últimos anos, o grupo tem enfrentado crescente isolamento na região após as disputas com seus apoiadores de longa data, como a Síria e o Irã, e a queda de seu aliado, o ex-presidente egípcio Mohamed Morsi. Mashaal mudou-se para o Qatar após o início da guerra civil síria, em 2011. / AP