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Israel promete impedir navio de 'violar soberania' e ir a Gaza

Chanceler diz que 'não há chance' que Rachel Corrie chegue a Gaza sem checagens de segurança.

Por BBC Brasil
Atualização:

O ministro das Relações Exteriores de Israel, Avigdor Lieberman, disse nesta sexta-feira que "não há chance" de que o navio Rachel Corrie, que leva ajuda humanitária à Faixa de Gaza, chegue ao território palestino "sem uma checagem de segurança, sem checar a carga, sem saber ao certo (o que há a bordo)". "Nós vamos parar o navio, e também qualquer outro navio que tente violar a soberania israelense", afirmou o chanceler. A expectativa é de que o navio, que leva 11 passageiros, chegue à zona de exclusão marítima imposta por Israel no Mar Mediterrâneo na manhã deste sábado, horário local (madrugada no Brasil). Israel alega temer que a carga - que inclui cimento, cadeiras de roda, equipamentos médicos, giz de cera e cadernos - também seja usada para fins militares pelo grupo islâmico Hamas, que controla a Faixa de Gaza. Na última segunda-feira, pelo menos nove pessoas morreram - oito turcos e um americano - em uma ação militar israelense de abordagem à frota de envio de ajuda para Gaza. Há informações de que o americano - que também tinha nacionalidade turca - morreu com vários tiros disparados de perto. Centenas de ativistas foram presos e deportados de Israel desde então. O incidente provocou uma onda de críticas internacionais, e o Conselho de Segurança da ONU emitiu declaração pedindo que o caso seja investigado imediatamente, de forma "imparcial, crível e transparente". Estados Unidos O governo americano manifestou sua preocupação com a possibilidade de mais violência ocorra no caso do Rachel Corrie. Em uma nota, a Casa Branca diz que levar ajuda à população de Gaza é uma prioridade para os Estados Unidos, mas que "no melhor interesse da segurança de todos os envolvidos e para ajudar com segurança a população de Gaza, nós incentivamos todos a bordo do Rachel Corrie e de outras embarcações a seguir para (o porto israelense de) Ashdod para entregar sua carga". "Todos querem evitar mais confrontação e uma repetição dos eventos trágicos de segunda-feira", disse o porta-voz do Departamento de Estado, Philip Crowley. "Estamos trabalhando com os israelenses. Estamos trabalhando com a Autoridade Palestina, com outros parceiros internacionais. Estamos vendo formas de garantir isso." "Nós esperamos ver o Rachel Corrie e outros navios colaborando com as autoridades israelenses para entregar esses materiais a Gaza", completou. Crowley também disse que os Estados Unidos esperam ver alguma participação internacional na investigação a ser conduzida por Israel sobre o incidente com a frota que foi atacada na segunda-feira. "Nós continuamos a conversar com Israel sobre como a investigação será conduzida, e, como a secretária (de Estado americana, Hillary Clinton), indicou, sobre a possibilidade de uma participação internacional, incluindo uma participação dos Estados Unidos." O governo de Israel já descartou publicamente a possibilidade de uma inquérito internacional sobre o ocorrido. Turquia Também nesta sexta-feira, o governo da Turquia indicou que está estudando a possibilidade de reduzir relações com Israel devido ao incidente de segunda-feira. Manifestando seu descontentamento com a ação israelense, o primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdogan, sugeriu que os israelenses desrespeitaram os preceitos de sua própria religião no ataque à frota. "Estou me dirigindo a eles (israelenses) em sua própria língua. O Sexto Mandamento diz 'Não Matarás'. Não entenderam?", disse Erdogan em um discurso a simpatizantes de seu partido. "Eu vou falar de novo. Vou falar em inglês: 'Thou Shall Not Kill'. Ainda não entenderam? Então vou dizer a vocês em sua própria língua. Vou dizer em hebreu 'Lo Tirtzakh'." BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

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