Israel recua em impasse sobre embaixador no Brasil, dizem fontes

Funcionários da chancelaria israelense disseram à mídia que Dani Dayan será designado embaixador em outro país

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Dani Dayan é contra a criação do Estado palestino Foto: Hillel Maeir|Agência Tazpit

A mídia de Israel informou que o primeiro-ministro Binyamin Netanyahu decidiu retirar a nomeação de Dany Dayan como embaixador em Brasília. Segundo fontes do Ministério de Relações Exteriores de Israel, ele será designado embaixador em outro país.

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O governo de Israel designou Dayan para Brasília em agosto, mas, desde então, o Itamaraty vinha rejeitando a nomeação. Entre os argumentos está o fato de que a designação foi anunciada pela imprensa antes de ser comunicada oficialmente a Brasília. Mas o que mais pesou foi o fato de que Dayan teve seu nome associado a crimes militares e ter sido presidentes do Conselho Yesha (entre 2007 e 2013), um órgão de colonos judeus em Jerusalém Oriental e na Cisjordânia, que foram ocupadas na Guerra dos Seis Dias, em1967. Dayan, de 59 anos, também serviu no Exército Israelense por sete anos e saiu como major. Ele é ferrenhamente contrário à criação de um Estado palestino e promove ativamente os assentamentos israelenses em territórios palestinos. Ele mesmo vive no assentamento de Ma’ale Shomron, na Cisjordânia, considerado ilegal pela Corte Internacional de Justiça. 

O governo brasileiro não comentou e disse que nem vai comentar a eventual desistência, de parte do governo israelense, de indicar Dayan como embaixador de Israel em Brasília. Como lembram experientes diplomatas, um processo de “agrément” para um embaixador é, por natureza, sigiloso.

Ou seja, o Itamaraty só falará algo a respeito quando houver um nome aceito e aprovado entre os dois governos. Como o embaixador Reda Mansour já está em Israel, até que isso ocorra a Embaixada de Israel em Brasília ficará a cargo do auxiliar imediato, o ministro Lior Ben Dor.

Na sexta-feira, um grupo de 40 embaixadores brasileiros aposentados divulgou nota de apoio ao governo de Dilma Rousseff, contrário à indicação de Dayan. No manifesto, os embaixadores dizem esperar que a questão seja superada. “Nessas condições, apoiamos a postura do governo brasileiro e fazemos votos de que o presente episódio seja superado prontamente a fim de podermos, em conjunto, reforçar os vínculos entre os dois países”.

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