TÓQUIO - O primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, afirmou, nesta sexta-feira, 15, que seu país "nunca tolerará" as perigosas provocações da Coreia do Norte que "ameaçam a paz mundial", em resposta ao último lançamento de um míssil norte-coreano que sobrevoou o território japonês.
"Jamais poderemos tolerar que a Coreia do Norte atinja desta forma a dura e unânime resposta da comunidade internacional em favor da paz mostrada pela ONU", disse Abe, aos jornalistas, se referindo às últimas sanções aprovadas nesta semana pelo Conselho de Segurança da ONU.
O regime de Kim Jong-un fez um novo lançamento de um míssil de médio alcance que sobrevoou a ilha de Hokkaido, no norte do Japão, e caiu no Oceano Pacífico. Este é o primeiro lançamento de um míssil executado pela Coreia do Norte desde o final de agosto - quando outro projétil também sobrevoou o norte do Japão.
Além disso, esse foi o primeiro teste armamentístico desde que o Conselho de Segurança da ONU impôs de maneira unânime ao regime norte-coreano, na última segunda-feira, uma bateria de duras sanções em resposta ao seu sexto e até o momento, mais potente teste nuclear, realizado no dia 3.
O premiê japonês disse que "é o momento para comunidade internacional se manter unida contra as provocações da Coreia do Norte, que ameaçam a paz mundial" e pediu que se apliquem completamente as sanções impostas ao isolado regime de Kim Jong-un. "Temos que fazer a Coreia do Norte entender que, se continuar por este caminho, não terá um bom futuro", disse Abe.
Reações
O secretário de Estado dos Estados Unidos, Rex Tillerson, condenou o "provocativo" lançamento da Coreia do Norte e pediu que todos os países apliquem mais medidas contra Kim Jong-un.
"Pedimos a todas as nações para adotar novas medidas contra o regime de Kim", afirmou Tillerson em um comunicado divulgado pelo Departamento de Estado.
O chefe da diplomacia americana pediu, em especial, para Rússia e China, que têm laços estreitos com a Coreia do Norte, mostrarem "intolerância contra esses lançamentos de mísseis temerários" de Pyongyang.
"A China fornece à Coreia do Norte quase todo o seu petróleo. A Rússia é o maior empregador da força trabalhista norte-coreana", argumentou o secretário de Estado na nota.
O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, respondeu ao apelo de Tillerson e disse que seu país condenada "com veemência" este lançamento de Kim Jong-un, que afronta as últimas sanções votadas pela ONU.
"Condenamos com veemência a continuidade de atos tão provocadores, que levam a uma escalada das tensões na península coreana", disse Peskov. A china ainda não comentou o teste norte-coreano.
ONU
O secretário-geral da ONU, António Guterres, também se pronunciou contra o lançamento e anunciou que na semana que vem a crise no país será discutida à margem da Assembleia-Geral do organismo.
Guterres pede a liderança norte-coreano para "evitar novas provas" e a "dar lugar para explorar a retomada de um diálogo sincero sobre a desnuclearização", segundo uma declaração de seu porta-voz.
A situação de tensão com Pyongyang será discutida "com todas as partes interessadas à margem da próxima reunião de alto nível da Assembleia Geral das Nações Unidas". O Conselho de Segurança anunciou que nesta sexta-feira à tarde celebrará uma reunião de urgência. / AFP e EFE