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Jornalista garante que EUA mantêm prisões secretas na Europa

Stephen Grey afirma que há um "arquipélago" de centros de detenção, ligados por via aérea, onde os suspeitos de terrorismo estão detidos

Por Agencia Estado
Atualização:

O jornalista britânico Stephen Grey afirmou nesta terça-feira, na comissão temporária do Parlamento Europeu (PE) sobre as atividades da CIA, que não tem dúvidas de que os Estados Unidos mantêm vários centros de detenção secretos em diferentes países, onde suspeitos de terrorismo estão presos. "Não estou aqui para criticar o que fazem os americanos ou para julgar se é correto transferir detidos para uma prisão no Egito, mas não tenho dúvidas de que isto acontece", disse Grey. "Estas coisas acontecem e sei porque pessoas envolvidas, que organizaram os centros, me falaram deles", acrescentou o jornalista independente, cujos artigos no jornal The New York Times contribuíram para revelar a suposta rede americana. Grey falou à comissão parlamentar que há um "arquipélago de centros de detenção, conectados entre si por via aérea", uma estrutura cuja manutenção têm a colaboração, em sua opinião, da agência de inteligência e do Exército americanos, e que inclui ou incluiu prisões na Síria, Egito, Afeganistão e Guantánamo. Respondendo aos parlamentares, Grey disse que não dispõe "de nenhuma prova" sobre a existência de tais centros de detenção na Polônia ou Romênia, apesar das denúncias da ONG Human Rights Watch. Quanto à cumplicidade dos governos europeus, declarou que, na sua interpretação, "o governo britânico foi contra estas transferências. Sabia que existiam, mas fingiu nada ver", Ele admitiu a hipótese de que qualquer governo da UE tenha participado da rede, entregando suspeitos detidos no Afeganistão, cedendo bases para os vôos ou trocando informações com o serviço de inteligência dos Estados Unidos. A comissão temporária do Parlamento Europeu investiga os supostos vôos e prisões secretas da CIA, assim como o grau de cumplicidade dos governos europeus.

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