Juiz norte-americano nega pedido para tirar do ar filme de Maomé

Atriz que participou do vídeo entrou com a ação judicial alegando não saber que produção seria ofensiva

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Por Redação
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LOS ANGELES - O juiz norte-americano Luis Lavin negou nesta quinta-feira, 20, pedido de uma atriz para retirar o videoclipe de 14 minutos do filme "A Inocência dos Muçulmanos" do ar. O YouTube, divisão do Google, não vai ser obrigado a deixar de exibir o filme, que levou a violentos protestos em mais de 20 países, nos quais mais de 30 morreram.

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Entre os 30 vítimas fatais dos protestos contra o filme, está o embaixador norte-americano na Líbia, Christopher Stevens, de 52 anos, morto no ataque de um multidão armada e enfurecida ao consulado dos EUA em Benghazi na noite de 11 de setembro. Outros três funcionários norte-americanos foram mortos na ocasião.

O pedido foi feito pela atriz norte-americana Cindy Lee Garcia, que participou do filme e na quarta-feira entrou com uma ação judicial contra o possível produtor, Nakoula Basseley Nakoula, que vive nos EUA. Ela afirma estar recebendo ameaças de morte por causa do filme e diz que Nakoula a enganou sobre o conteúdo do enredo antes da produção.O juiz do Tribunal Superior do Condado de Los Angeles rechaçou o pedido da atriz ao dizer que a terceira parte envolvida na questão, Nakoula, não recebeu uma cópia do pedido feito por ela. O juiz também citou uma lei federal americana que protege uma terceira parte em um pedido judicial. Nakoula está escondido."Toda a minha vida foi alterada em todos os aspectos. Minha família está sendo ameaçada", disse a atriz. O YouTube não atendeu aos pedidos feitos por ela para a retirada do videoclipe do filme, embora tenha bloqueado o acesso ao conteúdo em vários países onde os governos fizeram o pedido, como Paquistão, Afeganistão, Malásia, Cingapura, Indonésia, Líbia, Arábia e Egito.Garcia afirmou não saber que o filme seria ofensivo ao profeta Maomé e ao Islã quando recebeu o convite de Nakoula para interpretar um papel. No filme, Maomé é retratado como mulherengo, falso e molestador de crianças.

Só a representação do rosto de Maomé, para os muçulmanos, já é considerada uma blasfêmia. A atriz afirma que o texto do filme não fazia nenhuma referência a Maomé ou à religião muçulmana e que os diálogos foram dublados após as filmagens.

Ela achava que o filme seria sobre a história de guerreiros do deserto no antigo Egito. "Eu acho que é melhor tirar esse filme porque continuará a causar muitos problemas", disse a atriz. "Eu acredito que isso é degradante, desmoralizador."Timothy Alger, advogado que representou o Google Inc. na audiência, disse que a empresa não pode ser responsabilizada pela negociação entre Cindy Garcia e os produtores do filme. Ele notou que a lei americana não determina que o videoclipe deva ser retirado do YouTube.Com AP

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