BARCELONA - A Justiça espanhola chamou nesta terça-feira, 29, para o depor o líder independentista catalão Artur Mas por ter convocado em 2014 uma consulta simbólica sobre a independência do país.
O magistrado do Tribunal Superior de Justiça da Catalunha (TSJC), Joan Manel Abril, que investiga a ação de desobediência pela consulta popular realizada em 9 de novembro de 2014, intimou Mas a comparecer no dia 15 de outubro, e também a ex-vice-presidente Joana Ortega e a ex-conselheira de Ensino Irene Rigau.
A promotoria acusa Mas de desobediência, prevaricação, peculato e desvio de função.
Os nacionalistas catalães promovem há mais de um ano um processo o qual pretendem que termine com a independência da região da Espanha e, com esse objetivo, promoveram uma consulta popular pela defesa da soberania em 9 de novembro.
O TSJC decidiu investigar os responsáveis do governo catalão inicialmente por desobediência à resolução do Tribunal Constitucional de 4 de novembro, que suspendeu a consulta alternativa do dia 9, mas deixou aberta a porta para questionar todos os fatos que pudessem estar relacionados à convocação.
O porta-voz da Convergência Democrática da Catalunha (CDC) no Congresso, Pere Macías, partido de Mas, reagiu hoje à citação judicial do líder catalão e a acusou de ser uma perseguição política para "derrubar quem ganhou nas urnas".
Já o governo espanhol expressou hoje seu respeito à decisão do TSJC, "como em qualquer outro procedimento judicial", como disse o secretário de Estado de Relações com a Justiça, José Luis Ayllón.
Ontem, o primeiro-ministro da Espanha, Mariano Rajoy, afirmou que não dialogará com os movimentos separatistas que pressionam pela secessão do país e pela independência da Catalunha. O premiê prometeu que não permitirá que a Espanha seja dividida.
As eleições parlamentares na Catalunha que ocorreram no domingo tiveram a vitória da coalizão independentista Juntos pelo Sim e da Candidatura de Unidade Popular (CUP). Unidos a outro partido soberanista que ficou em quarto lugar, os movimentos separatistas tiveram um total de 72 deputados eleitos, mais do que a maioria absoluta de 68 votos dentre os 135 parlamentares. Por outro lado, o movimento que defende a secessão da Espanha somou apenas 47,5% dos votos. Um total de 51,7% de eleitores votou por partidos contrários à independência. /AFP e EFE