Sorridente e apoiado sobre uma bengala, Kim Jong-un reapareceu nesta terça-feira, 14, nos meios de comunicação estatais da Coreia do Norte, pondo fim a uma ausência de 40 dias alimentada por especulações, confirmando que o "líder supremo" segue à frente do regime.
Rodeado de membros da elite norte-coreana, Kim ofereceu suas características "indicações no terreno" durante a inauguração de um novo complexo imobiliário em Pyongyang, segundo as fotografias divulgadas pelo diário Rodong.
As imagens representam a primeira aparição pública desde 3 de setembro do marechal, cuja a idade é estimada em 31 anos.
Os 40 dias de sua ausência motivaram todos os tipos de especulações, especialmente por parte da imprensa sul-coreana, que discutiu a hipótese de um suposto golpe de Estado. Houve rumores de que Kim sofria de gota, diabetes, tinha os tornozelos fraturados e, inclusive, que se encontrava em estado de morte cerebral.
A reaparição do "líder supremo" encerra muitos boatos, mas o uso da bengala confirma que ele sofre de algum problema de saúde. E os especialistas da Coreia do Sul já começaram a oferecer possíveis diagnósticos.
"Isso pode ser uma prova de que ele se submeteu a uma cirurgia", afirmou à Agência Efe Ahn Chan-il, diretor do Centro Mundial de Pesquisa sobre a Coreia do Norte (Wink), conhecido por ser o primeiro refugiado norte-coreano e obter doutorado em uma universidade de Seul.
Ahn, um dos maiores especialistas mundiais no regime comunista da Coreia do Norte, afirmou que o rosto de Kim "parece mais inchado e assimétrico", o que atribuiu aos "remédios para combater a dor quando se realizam operações cirúrgicas".
"É difícil analisar só com fotografias. É preciso esperar para ver seus movimentos quando vídeos forem publicados na televisão estatal norte-coreana, algo que pode ocorrer nos próximos dias", acrescentou.
O retorno do marechal norte-coreano, que entre junho e julho de 2012 desapareceu da vida pública por 23 dias, pôs fim a sua ausência mais longa desde que assumiu o poder há quase quatro anos.
A expectativa é que a imprensa norte-coreana ofereça mais pistas sobre a saúde do "líder supremo" nos próximos dias. / EFE